O SINTECT-SP participou da manifestação do Dia Nacional de Mobilização Menos Juros, Mais Empregos, organizado pela CTB e outras Centrais Sindicais, para pressionar pela redução da taxa básica de juros (Selic), no dia 18/3 em frente à sede do Banco Central, na Avenida Paulista.

O movimento é justo num momento em que o povo trabalhador está enfrentando a alta dos preços dos alimentos. O SINTECT-SP defende a independência do movimento sindical em relação aos governos. Não é porque ajudamos a eleger e repudiamos a extrema-direita que não vamos apontar os problemas. Mas é preciso explicar, entender o que está acontecendo.

Os juros altos interessam ao mercado financeiro e aos grandes aplicadores. Não incentivam a produção nem o comércio, não levam ao crescimento da economia nem à geração de empregos.

Ou seja, para o povo pobre trabalhador é uma lástima. O que precisa para o país melhorar é juros baixos para os empréstimos e os crediários ficarem viáveis, o consumo aumentar e com ele crescerem a produção e o comércio, o emprego e o nível de vida do trabalhador.

Por isso, juros baixos já!

A alta dos preços dos alimentos segue outra lógica. Eles resultam que problemas estruturais que o país precisa corrigir.A produção, por exemplo, precisa estar concentrada em pequenos produtores e voltada a abastecer o mercado interno. Hoje quem tem benefício é o agronegócio, que produz em grandes propriedades para importar e não pagam impostos. Assim não dá.

Outra questão são os estoques reguladores de alimentos. O governo precisa deles para atuar no mercado quando os preços sobem. Mas os governos Temer e Bolsonaro acabaram com os estoques do país. É preciso reconstruí-los.
Parceria do governo com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, que tem grande produção nos assentamentos, recursos para a produção dos pequenos produtores, equipamentos e tecnologia são necessidades que precisam ser atendidas.

É isso que esperamos do governo que ajudamos a eleger, que precisa estar voltado ao atendimento das necessidades do povo.

Tabela do Imposto de renda

Mudar a tabela do imposto de renda para isentar quem ganha até R$ 5 mil por mês é promessa de campanha do governo Lula, assim como aumentar a taxação sobre as grandes fortunas para ampliar a arrecadação.

Ou seja, isentar os mais pobres e taxar os mais ricos. Mas não conseguiu encaminhar no congresso, porque a maioria representa os interesses dos empresários, que não querem melhorar as condições de vida do povo, só a deles.

É fundamental a mudança. Isentar os salários até 5 mil coloca dinheiro na mão do povo, que vai gastar e movimentar a economia, aquecendo o comércio e a indústria e gerando empregos, além de garantir melhores condições de vida para o povo trabalhador.

Isenção de impostos e taxas menores para os ricos, como existe hoje, é dinheiro parado nas nãos deles, que só aumentam suas riquezas. Rico não consome produtos de alimentação, vestuário, aluguel, produtos domésticos e outros como os pobres. Só acumulam o dinheiro que deveria estar circulando e aquecendo a economia.

Melhorar a condição de vida do povo

As Centrais que organizaram a manifestação ressaltam que a taxa de juros elevada impede investimentos e aprofunda desigualdades. “A cada 1% aumentado na taxa Selic, são mais de 40 bilhões de juros. O Brasil não pode se dar o luxo de, somente em 2024, ter destinado mais de 1 trilhão para pagar juros. É por isso que o Brasil segue sendo um país desigual, que só alimenta a insana ganância dos banqueiros, do grande capital, da especulação e do latifúndio”, disse Adilson Araújo, presidente da CTB.

Para ele, a luta contra essa política deve ser prioridade. “Vamos ter que fazer uma grande movimentação, sobretudo enfrentar uma grande batalha, porque a extrema direita, esses bolsonaristas, estão pressionando o governo para que não corte impostos dos ricos. Lula anunciou que vai isentar quem ganha até 5 mil reais do imposto de renda, e isso deixou eles furiosos, porque querem que os ricos comprem jatinhos, iates, helicópteros sem pagar impostos, enquanto nós sofremos. A unidade é mais que fundamental; temos que fazer uma grande aliança com o povo e romper com a lógica do neoliberalismo. Juros baixos já!”, concluiu.