Correios lucram apesar da falta de funcionários, sucateamento e direções privatizadoras
Notícia publicada dia 18/06/2020 09:47
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Balanço positivo de 2019 mostra lucro crescente com encomendas, que aumentaram com a pandemia, e poderia ser ainda maior se não fossem governos e direções que boicotam investimentos, sucateiam, enxugam os quadros e roubam direitos como forma de preparar a empresa para uma privatização!
O lucro da empresa em 2019 foi divulgado e saiu em matérias na imprensa, que depois foram tirados do ar provavelmente por pressão dos privatistas de plantão. Mas podem ser conferidos AQUI, nas demonstrações contábeis dos Correios divulgadas no Diário Oficial da União no dia 17 de junho.
O lucro líquido foi de R$ 102,1 milhões em 2019, segundo o balanço. A receita líquida da estatal avançou 0,99%, somando R$ 18,3 bilhões.
E poderia ser muito maior se os governos quisessem favorecer a população e proteger a integração e a segurança nacionais. Se não fosse o sucateamento que diminui e envelhece a estrutura física, prejudica as condições de trabalho, derruba a qualidade da empresa quanto a rapidez e garantia das entregas. Se não fosse a falta de concurso e contratação desde 2011 e o direcionamento permanente para a privatização.
Lucro com encomendas cresce sem parar
A quarentena imposta pela pandemia criou condições para o lucro crescer ainda mais. Em parte pelo aumento do comércio eletrônico, que veio para ficar, como pode ser visto no balanço, que cita o avanço de 7,82% na receita do segmento de encomendas e de 40,83% no segmento internacional.
Mas principalmente porque a ECT foi a única empresa que manteve o atendimento em toda a cidade, com seus empregados nos setores e nas ruas, expostos à contaminação por um vírus mortal e, por enquanto, sem cura. As privadas estão usando os serviços dos Correios.
O governo e a direção da empresa decretaram que o serviço da ECT é essencial, para justificar a manutenção dele. E de fato é, como ficou comprovado pela quarentena.
O que não podia era mantê-lo sem um planejamento feito a partir da escuta dos funcionários e de negociações com seus Sindicatos, através de um Comitê de Crise, de forma a não deixá-los à própria sorte e garantir todas as condições para proteger a saúde e a vida deles e seus familiares.
A direção da empresa diz que está com 30% do quadro em trabalho remoto, e por isso não dá conta das entregas e o lucro não será tão grande.
A verdade é que faltam funcionários devido à ausência de concurso, da ação de privatizadores e sucatistas. Se o quadro e a infraestrutura de unidades, materiais e veículos estivessem completos, manter 30% em trabalho remoto não afetaria as entregas. E o lucro agora seria exorbitante.
Não pode privatizar empresa essencial!
A essencialidade dos Correios está comprovada. Sem a ECT, o caos seria muito maior para a população. Até para viabilizar o auxílio emergencial, a estrutura da empresa foi essencial, com sua presença em todo o país. Se a ECT não fosse pública e sua estrutura estivesse nas mãos de privadas que só almejam lucros, nada disso seria possível.
Apesar disso, os Correios estão na lista de estatais que o governo Bolsonaro/Guedes quer privatizar para “fazer caixa” para repassar aos bancos, e para entregar o setor postal a seus parceiros do “mercado”.
Seria um crime imenso privatizar essa estatal essencial, perder o controle de sua capilaridade, entregar sua rede essencial para a segurança internacional a empresários inescrupulosos aferirem lucros.
Por isso a direção da FINDECT e dos Sindicatos filiados apoiam a iniciativa do senador Jaques Wagner. Ele criou uma Emenda à Medida Provisória 980/20, (veja AQUI a íntegra da MP), que proíbe a privatização dos Correios. Essa MP foi a que recriou o Ministério das Comunicações e aguarda votação pelo Congresso Nacional.
A Federação e os Sindicatos filiados buscarão interlocução e meios de convencer e até pressionar os Deputados e Senadores a provarem a Emenda e protegerem a ECT e sua essencialidade para a população e o país!