Mesmo com lucro recorde, direção da ECT lança PDI para demitir trabalhadores

Notícia publicada dia 08/12/2020 10:08

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Para que e por que anunciar um plano de demissão que vai agravar o déficit de trabalhadores e piorar serviços essenciais à população, mesmo com a empresa registrando lucro recorde pelo 4° ano seguido?

O governo Bolsonaro e a direção da ECT anunciaram um novo Plano de Demissão Incentivada (PDI). É mais um lance da estratégia desse governo, de enfraquecer a atuação dos Correios e piorar a qualidade da prestação dos serviços para liberar o mercado para as empresas privadas, diminuir e baratear a empresa e ganhar o apoio da população para a privatização,

O governo espera a adesão de 14 mil trabalhadores. Isso representa mais redução do quadro de funcionários, que em 2011 era de 127 mil e hoje não chega a 100 mil. Agravará a sobrecarga e piorará a qualidade do serviço com o aumento da falta crônica de trabalhadores.

Destruindo o público e o estatal

A política neoliberal aplicada pelo atual governo tem um de seus pilares no ataque ao patrimônio público para reduzir o papel do Estado e entregar o setor público e estatal à administração privada, que visa a extrair lucros.

É nesse contexto que está a redução progressiva do quadro de funcionários da ECT, prejudicando não só os trabalhadores, como os serviços prestados à população.

“O PDI trará obviamente um impacto negativo na prestação dos serviços, e aumentará a pressão e a sobrecarga de trabalho para os empregados que ficam. Além disso, é mais uma tentativa de diminuição dos Correios. É preciso repor o quadro já defasado de funcionários. Diminuí-lo ainda mais é um crime”, afirma José Aparecido Gandara, presidente da FINDECT.

Apelando para demissão

O país vive graves crises, como a sanitária causada pela covid-19, e no mercado de trabalho abalado pelo desemprego recorde.

Mesmo nesse quadro de caos para a população, a equipe econômica de Bolsonaro e Guedes tem implantado Planos de Demissão Incentivada (PDI) como mecanismo para esvaziar as estatais, que eles querem privatizar ou liquidar a qualquer custo para favorecer os empresários.

É o que eles têm nas mãos no momento, uma vez que estão enfrentando resistência no Congresso Nacional quanto à privatização dos Correios.

Em defesa dos Correios

O Governo Federal insiste em afirmar que a ECT é deficitária. Repete a mentira muitas vezes para que pareça uma verdade, no estilo fake News que o caracteriza desde a eleição.

A verdade é que a ECT parte para o 4° ano consecutivo de resultados positivos, mesmo com a política criminosa de desmonte dos Correios implantada pelo governo.

Os Correios estatal é a única empresa que chega a todas residências do país, ou seja, é estratégica para a nação brasileira e para o desenvolvimento econômico.

É vergonhoso ver o Brasil ser saqueado sem qualquer posição contrária das forças armadas que deveriam defender o país. Em vez de cumprir o papel que lhes cabe, elas mantêm uma postura subserviente e passiva diante do saque contra a nação que juraram defender. Pior: estão sendo coniventes, coadjuvantes do assalto.

Para o Secretário geral da FINDECT e Presidente do SINTECT-RJ, Ronaldo Martins, “a ECT nasceu com uma posição estratégica, da defesa do serviço social e de soberania nacional para gerar um resultado positivo para a sociedade brasileira, e a cada ano os números registram isso”, disse.

Resistir e lutar

Esse plano de demissão é parte do processo de desmonte dos Correios e da redução do seu papel social. Com ele, a direção da empresa está sendo duplamente criminosa, por ampliar o desmonte com mais demissões e ao lançar o plano junto com mais um ataque aos benefícios dos trabalhadores, para leva-los ao desânimo e ao impulso de aderir ao PDI.

Mais uma vez a FINDECT e Sindicatos filiados ressaltam a importância de resistir e lutar em defesa do emprego, dos direitos e dos Correios estatais. Com união e perseverança vamos virar o jogo!.

Por: FINDECT

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