A empresa quer matar o vírus da dengue e da zica ou quer zicar a saúde e a vida dos ecetistas?
Notícia publicada dia 10/02/2016 02:11
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Parecia a câmara de gás dos nazistas. De repente, na segunda-feira de carnaval, começou a sair uma fumaça estranha e densa de todas as entradas e saídas de ar do CTP Bloco 1. Os trabalhadores começaram a passar mal. Todos relataram falta de ar, ardência nos olhos e garganta, ânsia de vômito, tontura, entre outros sintomas provocados pelo efeito da fumaça. O pânico se instalou. Sem saber o que estava ocorrendo, os trabalhadores saíram em desespero para fora do prédio. E lá ficaram sem nenhuma assistência e sem informação sem água, sem almoço, alguns passando mal, entre eles gestantes.
Parece mentira de tão absurda a situação, Mas é verdade.
Uma empresa de comunicação do porte dos Correios foi incapaz de avisar os trabalhadores de que haveria dedetização no prédio do CTP na segunda, dia 8 de fevereiro, quando os setores estavam funcionando normalmente. Nem os supervisores sabiam. Talvez os gestores soubessem. No GECAC, por exemplo, nenhum dos 5 não compareceram ao trabalho no dia, provavelmente para preservar a saúde.
A fumaça densa era veneno contra o mosquito da dengue/zica. O que fez os trabalhadores passarem mal foi o produto químico utilizado. Mesmo assim, a supervisão do GECAC queria, irresponsavelmente, que os trabalhadores retornassem ao serviço. Os trabalhadores se recusaram. E só depois de provarem que após dedetização deve-se ficar pelo menos quatro horas fora do ambiente, foram dispensados.
Plano de ação
O Sindicato vem denunciando a falta de dedetização nos setores da empresa, como no COFESA, e o perigo a que os trabalhadores ficam expostos com mais este descaso da empresa. E exige que a empresa tenha um plano de ação para atacar os focos de mosquito da dengue/zica e outras pragas.
Mas, mais uma vez, a ECT mostra seu total desrespeito com os trabalhadores. E principalmente seu despreparo.
Com a dedetização desastrada e em dia e hora errada no maior setor de trabalho do estado de São Paulo, a empresa mostra que é tão despreparada que não consegue fazer nem um simples plano de ação para a dedetização dos setores.
Pior que isso, ao dedetizar o setor com trabalhadores dentro sem avisá-los, mostra que nunca considera a saúde, o bem estar e a vida do trabalhador.
Para o companheiro Diviza, Presidente do SINTECT-SP, “tem que estar claro para ECT e DR-SPM que não adianta só trocar diretores regionais; é preciso rever todo o corpo de gerência, pois muitos dos dirigentes continuam com o pensamento em 1969, na criação da ECT, ou não têm capacidade de gerenciar uma empresa da magnitude da ECT, principalmente no CTP (GECAC) um dos maiores e mais importantes setores dos Correios no país.”
O SINTECT-SP repudia a atitude da ECT. Vai tomar providências para que este absurdo não ocorra novamente e defender os trabalhadores atingidos no que for necessário. Exige da empresa um plano de ação para a dedetização dos setores sem trabalhadores dentro e chama a categoria a repudiar e a demonstrar indignação e descontentamento com a direção da empresa, que de ato em ato prejudica cada dia mais seus funcionários.
DR-SPM “planta” notícia
Esta situação chama a atenção para a publicação Correios Informa de 5 de fevereiro. Lá diz que no dia 4 de fevereiro houve ação de combate ao mosquito Aedes aegypti em todos as setores. Diz até que o Diretor Regional visitou unidades nesta ação. Isto é evidentemente uma obra de ficção. E o ocorrido no dia 8 de fevereiro é uma prova. Além disso as grandes unidades já mencionadas continuam na mesma.
Também chama a atenção a frase “No Edifício-Sede e em todas as unidades de SPM foram formadas equipes para fiscalizar possíveis áreas de criadouro do mosquito seguindo um checklist”. Será isso que a DR-SPM considera seu plano de ação?