Trabalhadores dos Correios em greve fazem passeata dia 4/10
Notícia publicada dia 02/10/2017 19:00
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A categoria vai se concentrar no MASP, Av. Paulista, a partir das 9h30, para seguir em passeata até a Agência Central dos Correios, no Anhangabaú
Os trabalhadores dos Correios de todo o pais estão em greve para impedir que o Governo Temer destrua a empresa e outras estatais e serviços públicos, acabe com direitos trabalhistas e venda o Brasil a preço de banana, luta que é de todos os brasileiros!
Também reivindicam o atendimento de suas reivindicações, pois eles têm data-base em 01 de agosto e estão em Campanha Salarial. A empresa ofereceu 3% de reajuste a partir de janeiro de 2018, sem retroativo à data-base. Os trabalhadores reivindicam 10% de reajuste nos salários e benefícios e manutenção da todas as cláusulas do atual Acordo Coletivo de Trabalho, principalmente a referente ao Convênio Médico, que a empresa quer mudar, instituindo mensalidade para os servidores. A exigência de realização de concurso público e contratação de trabalhadores para repor o quadro e amenizar a sobrecarga de trabalho também está na pauta.
Encaminhando a privatização
O governo Temer e seus indicados ao Ministério das Comunicações, Gilberto Kassab, e à presidência dos Correios, Guilherme Campos, estão destruindo aos poucos essa empresa, patrimônio público com 350 anos de excelentes serviços prestados à população do país.
A desculpa é que a empresa está em crise, dando prejuízo. A mesma que o governo usa para justificar o roubo de direitos do povo com as reformas trabalhista e da previdência e a privatização das estatais, como no sistema elétrico. É uma mentira repetida pela mídia empresarial para convencer a população.
Até 2015 a empresa de Correios deu lucro. O prejuízo começou a aparecer depois que foram repassados cerca de R$ 7 bilhões de seu cofre para o governo, além dos dividendos normais. A direção governista também alterou a forma de contabilizar os recursos para comprometer os resultados. Sem falar nos esquemas de corrupção em que envolveram a estatal, como no fundo de pensão da categoria.
O presidente dos Correios está diariamente na mídia dizendo que a empresa está quebrada e que é preciso fazer cortes para adequar o orçamento. Diz que o serviço postal está em declínio, mas não fala que o de encomendas só cresce, e que ele está entregando esse mercado para empresas multinacionais e nacionais de logística e comércio eletrônico.
E ampliou o desmonte dos Correios. Não faz concurso nem contrata funcionários há 5 anos. E fez dois planos de demissão voluntária para pôr mais de 10 mil pais de família na rua. Quer acabar com diretos conquistados pelos trabalhadores, como o convênio médico, essencial para uma categoria que ganha dois salários mínimos e não tem como pagar um plano de saúde. Fechou centenas de agências país a fora e acabou com a entrega diária feita pelos carteiros.
O resultado disso é queda acentuada do serviço oferecido pela empresa à população, prejudicando principalmente quem vive na periferia e do interior do Brasil, ou seja, os mais pobres. E sobrecarga, doenças profissionais e pressão sobre os trabalhadores.
O objetivo de desacreditar a empresa frente a população é evidente. Bem como ceder o mercado de encomendas aos concorrentes privados, enquanto enxuga o quadro para vender os Correios a empresários loucos por lucro. Assim encaminha o projeto de privatização do governo Temer nos Correios.
A greve dos trabalhadores dos Correios é, portanto, para defender a empresa pública, o direito da população ao serviço de qualidade prestado pelos Correios, pela realização do Concurso Público e contratação de funcionários, para que as agências continuem abertas e a visita do carteiro em sua casa seja diária!