Adoecimento e mortes por Covid explodem entre ecetistas e direção militar mantém negacionismo

Notícia publicada dia 23/03/2021 18:28

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No último final de semana, três trabalhadores perderam a vida para o coronavírus só na base do SINTECT-SP, somando mais de 20 óbitos divulgados nesse ano, e a direção militar da ECT continua não tomando medidas de segurança, com o mesmo negacionismo de seu chefe!

É inacreditável que os dirigentes da ECT usem a classificação dos Correios entre os serviços essenciais para continuar expondo irresponsavelmente a categoria ao adoecimento e à morte.

Mas é o que está ocorrendo. As medidas não vêm e o pessoal continua tendo de trabalhar sem receber os itens de higiene e segurança na quantidade e qualidade necessárias.

A direção autoritária da ECT se nega a fazer rodízio de horários para a entrada e a saía não coincidirem e resiste a fechar e desinfectar as unidades com casos comprovados, só o fazendo na maioria das vezes após decisão judicial.

Negligência e negação

A direção militar da ECT vai na mesma toada do governo Federal. Age como os ministros que sabem que o presidente está errado, mas fazem o que ele manda, num alinhamento inconcebível e, talvez, interesseiro.

O Brasil vive a catástrofe que os epidemiologistas previram no começo do ano passado.

Só 7,3% da população brasileira recebeu alguma dose de alguma vacina. Só 2,6% recebeu as duas doses. Enquanto os EUA vacinam 3 mil por dia, aqui o que se tem por dia são 3 mil mortos, e nesta semana a marca de 300 mil mortos será batida.

Na pior semana da pandemia no Brasil e sem um cenário de queda no número de novos casos, o país somou 25% das mortes no mundo no período entre 15 e 21 de março.

Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) apontam que, no total, 60,2 mil pessoas foram vítimas da covid-19 no planeta nesse período —15,6 mil delas apenas no Brasil, país que representa apenas 2,7% da população mundial. É o dobro de mortos dos EUA no mesmo período.

E a direção da empresa continua com os olhos vendados e deixa o ecetista ao Deus dará!

Culpas

O governo federal cancelou, em agosto de 2020, a importação de medicamentos que formam o chamado kit intubação para pacientes de Covid-19 “sem explicação”, de acordo com o Conselho Nacional de Saúde (CNS).

É chocante saber disso no momento em que não há mais vagas em UTIs e o equipamento necessário para intubações deve acabar em poucos dias em várias cidades. Já há pacientes sendo intubados com anestésico diluído.

A notícia que revelou tudo foi ao ar em reportagem da CNN Brasil. Não foi na Globo, para desespero dos defensores do governo. Veja AQUI.

E não foi o Ministério da Saúde nem o SUS que cancelou. A ordem veio de dentro do palácio do governo. Um mês depois, de dentro do mesmo palácio, veio a ordem para recusar a oferta de vacinas da Pfizer.

De lá pra cá, do mesmo local, veio guerra ao isolamento social, pau nos governadores por decretá-lo, o absurdo do oxigênio no Amazonas, o fim do auxílio emergencial e a chantagem do corte nos serviços públicos para reeditá-lo só com R$ 150.

É daí que vem a inspiração para a direção militar da ECT continuar condenando a categoria ecetista ao abando, ao adoecimento e à morte!

Por isso, a direção do Sindicato reafirma as exigências que encaminhou à direção da ECT:

● Não convocação de trabalho nos finais de semana – nesse caso, a orientação para os trabalhadores é pela rejeição de qualquer chamado para trabalho nos domingos e feriados.
● Rodízio de horários, para evitar aglomerações na entrada e na saída, e cumprimento da indicação do governo para horário de uso dos transportes.
● Redução da jornada sem redução de salários, para 6 horas diárias, em isonomia com a área administrativa.
● Medidores de temperatura em todas as unidades, uma providência que é o mínimo que pode ser feito para detectar casos precocemente e evitar surtos de contaminação.
● Desinfecção de todos os veículos antes do turno de cada trabalhador.

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