Trabalhadores estão em constante exposição a assaltos e outros formas de violência, como ocorreu na Vila Formosa nesta segunda, 15 de maio, enquanto a empresa corta gastos com segurança!

Foi assustador acompanhar o assalto à AC Vila Formosa na manhã de 15 de maio. Um criminoso fez funcionários reféns após seu comparsa fugir com a chegada da PM. Antes, eles haviam rendido a tesoureira da agência e mais cinco funcionários, com um detalhe aterrorizante: foram na casa da tesoureira buscá-la para abrir a agência mais cedo e poderem cometer o crime. Já sabiam que ela tinha a chave do cofre da agência e onde ela mora.
Às 12h30, todos os reféns foram libertados sem ferimentos físicos, mas certamente muito abalados psicologicamente pela extrema tensão e estresse que passaram.
Saíram com as mãos na cabeça depois de horas sob a mira da arma do bandido. As mulheres não escondiam o desespero e o choro, e uma delas foi utilizada como escudo pelo criminoso, que só a soltou quando viu que não havia como fugir e resolveu se entregar.

Assim que soube da ocorrência o Sindicato foi ao local acompanhar, dar suporte e orientar os trabalhadores. E fez uma constatação terrível: a agência assaltada tem vigilância e câmeras. Mesmo assim se mostrou alvo fácil para os bandidos. Imagine as que não tem segurança nenhuma, que são a maioria!

A direção dos Correios se limitou a dizer à imprensa que “o caso está sendo acompanhado pelos órgãos de segurança pública, no local”. É isso que o presidente da empresa e seus asseclas tem dito com frequência: “é um problema de segurança pública, não temos o que fazer”.

E nada fazem.

O Sindicato já deixou claro inúmeras vezes que é preciso colocar vigilantes, portas rotatórias com detector de metal e câmeras em todas as agências. Afinal, elas são entrepostos bancários, como qualquer agência bancária. Também têm de colocar vigilantes em todas as unidades dos Correios, chip nas encomendas e escolta em número suficiente em todas as localidades.
Os assaltos a bancos caíram quase a zero devido à segurança, colocada depois de muita insistência dos Sindicatos. As agências de Correios viram, assim, uma alternativa viável e fácil para os bandidos.
Dizer que é um problema de segurança pública, do Estado e da polícia, é uma forma de fugir da discussão e não resolver nada. A empresa não pode brincar com a vida e a segurança de seus trabalhadores. Ela executa serviços bancários em suas agências, recebe pelos serviços que são postados, entre eles objetos de valor. Por isso tem a obrigação de prover segurança aos trabalhadores e aos clientes.

Não fazer isso é irresponsabilidade com a vida e com o próprio negócio. É mostra de que a gestão da empresa só se preocupa com o lucro, evitando gastos com a segurança de seus funcionários para executarem o trabalho para o qual são contratados. Afinal, eles estão lá para trabalhar, e não para darem a vida.

Assista abaixo ao vídeo gravado pelo companheiro Pacheco, Diretor do Sintect-SP sobre o caso: