Só após falecimentos e antes de reunião no MP, direção da ECT diz que vai adquirir máscaras
Notícia publicada dia 13/04/2020 15:58
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O Sindicato alertou, cobrou, exigiu! Mas a direção da empresa esperou a contaminação, os primeiros falecimentos e a intervenção do Ministério Público para anunciar que vai adquirir máscaras.
O fato de haver uma Reunião mediação marcada para 14 de abril entre Ministério Público, Tribunal Regional do Trabalho SP, direção da ECT e o SINTECT-SP, deixa claro o oportunismo e a cara de pau da direção da empresa. Ela só disse no Primeira Hora que está tomando medidas pra ter algum argumento na reunião para enganar a todos e continua a enrolação.
Trabalhadores em risco
As mortes dos companheiros no Amazonas e em São Paulo são só a ponta de uma realidade triste e perigosa, criada pela irresponsabilidade da direção da empresa, alinhada ao governo que ela representa.
Há inúmeros trabalhadores expostos à infecção, e a quantidade de doentes vai aumentar devido ao trabalho desprotegido em contato com o público, nas agências e nas ruas, e ao manuseio de embalagens potencialmente infectadas.
Já há muitos afastados por suspeita de coronavirus. E vários internados em UTIs. A empresa e o governo não sabem quantos, porque não fazem os testes devidos. Escondem a realidade e continuam favorecendo as condições para a doença se disseminar entre os trabalhadores, dentro das unidades e nas residências.
Setores tem que ser isolados
Certamente há muitos setores com trabalhadores contaminados, com e sem sintomas. A empresa nada faz. E quando o trabalhador é diagnosticado, continua sem fazer nada. Não é verdade que ampara as famílias. Também não toma medida para proteger os demais trabalhadores.
O setor em que um caso é comprovado precisa ser fechado e isolado. Mas continua funcionando normalmente. O edifício sede do Jaguaré foi desinfectado. Mas uma vez só não adianta. Se o movimento de pessoas e encomendas é diário, a desinfecção também tem que ser. E a maioria dos setores estão na mesma. Não tem desinfecção nenhuma.
Medidas urgentes em respeito à vida!
A empresa tem que reduzir o efetivo, com afastamento e rodízio, para evitar o contato e manter o necessário distanciamento. Mas ela faz tudo ao contrário, a exemplo do governo que representa. E agora vem com essa conversa de que vai adquirir máscaras. É muito pouco, e o histórico mostra que ela fala, mas não faz.
Exigimos:
● Rodízio nas unidades, com no máximo 30% do efetivo trabalhando por período.
● Limitação do atendimento nas agências, com entrada de um cliente por vez e manutenção só de serviços essenciais.
● Limitação das entregas a serviços essenciais.
● Ampliação do serviço de limpeza e desinfecção em todos os setores em funcionamento e nas embalagens das encomendas e correspondências recepcionadas.
● Garantia de fornecimento de itens de limpeza e desinfecção em todos os setores, com kits individuais para os trabalhadores internos e externos – álcool gel 70%, máscaras, luvas, sabonete líquido e toalhas de papel.
O SINTECT-SP e a FINDECT seguem trabalhando incessantemente na defesa dos direitos dos trabalhadores, da vida e no combate ao coronavirus.