Assembleia decide: se a empresa não ceder, é greve pela PLR dia 09/05
Notícia publicada dia 04/05/2013 12:47
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Ameaça de greve e pressão da FINDECT levaram Ministério Público a apresentar proposta de pagamento da PLR 2012, sem GCR e sem “Parcela Estratégica”, e orientar pela continuidade da negociação da PLR 2013 Empresa se comprometeu a analisar proposta – Se ela não ceder, a categoria vai à greve dia 09/05!!!
A FINDECT e os Sindicatos Unificados à ela filiados, se empenharam em garantir que a PLR fosse negociada, e não imposta pela ECT. Foram várias reuniões de negociação e, devido à postura da ECT, que não quer abrir mão de suas imposições, duas reuniões de mediação no Ministério Público do Trabalho solicitadas pela FINDECT.
Na 2ª reunião de Mediação no Ministério Público do Trabalho (MPT), em Brasília, ocorrida dia 30 de abril, o MPT apresentou uma proposta para a PLR 2012, que deve ser paga agora em 2013. Ela consiste na adoção dos mesmos critérios usados na PLR 2011, sem o uso do GCR e sem “Parcela Estratégica” de 10% para privilegiar uma minoria. Participaram da reunião representantes da ECT, da FINDECT/Sindicatos Unificados.
Representantes da FINDECT e ECT durante a reunião do dia 30/04 em Brasília
Essa era uma das principais reivindicações apresentadas pela FINDECT, pois com suas imposições a ECT está querendo causar retrocesso ao que já foi negociado em 2011. Para a FINDECT e o SINTECT-SP, os termos do acordo de 2011 devem ser um padrão mínimo, restando a negociar a questão dos valores e do pagamento linear. A proposta feita pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) é um importante avanço, ocorreu devido à disposição de luta dos trabalhadores e foi aprovada na assembleia da categoria, no dia 02 de maio.
Assembleia aprova a proposta do MPT e nova assembleia no dia 09 de maio
Em relação aos critérios da PLR 2013 (a ser paga em 2014), o MPT propôs que as negociações continuassem entre a FINDECT e a Empresa.
A ECT se comprometeu a analisar a proposta apresentada pelo MPT até terça-feira, 07 de maio. A categoria analisará a resposta da empresa em assembleias no dia 09/05. Se a ECT mantiver sua intransigência, a saída será a greve!
OBS: os Sindicatos Unificados agora filiados à FINDECT são: São Paulo, Rio de Janeiro, Bauru, Tocantins, Rio Grande do Norte e Rondônia, que acaba de se filiar.
ECT divulga lucro de mais de R$ 1 bilhão
Entenda porque a direção da empresa insiste nos 10% para os “estratégicos”
Em meio a negociação da PLR, a ECT divulgou no Diário Oficial da União seu lucro líquido de 2012, que foi de mais de 1 bilhão de reais. Com isso, o montante a ser dividido entre os trabalhadores enquanto PLR fica em torno de R$ 123 milhões.
No mesmo Dário Oficial a ECT divulgou que tem, hoje, 117 mil trabalhadores. Se a PLR fosse igual para todos, daria cerca de mil reais para cada. Mas a empresa insiste em separar 10% só para os “estratégicos”.
Vejamos o porquê: 10% de R$ 123 milhões são R$ 12 milhões, valor que iria só para alguns privilegiados, dirigentes da empresa, considerados por eles mesmos “estratégicos”. Quanto daria para cada um? Em outra vez que fizeram isso, teve quem ganhou até R$ 40 mil. Enquanto isso o restante da categoria ficaria com menos do que mil reais, pois o total a ser distribuído fica reduzido em 10%.
Entendeu agora porque a direção da ECT insiste nessa parcela de 10% para os “estratégicos”? Estão pensando no próprio bolso. Você vai aceitar isso?
FINDECT encabeça a luta
A FINDECT e os Sindicatos Unificados arregaçaram as mangas e encararam a luta pela PLR, que nunca tinha sido levada a sério antes. Foi preciso surgir uma nova federação para que isso ocorresse.
A FINDECT pressionou e forçou a negociação, acionou o Ministério Público do Trabalho e mobilizou a categoria, que marcou a greve para 2 de maio. Os resultados apareceram. O MPT apresentou uma proposta e solicitou empenho e responsabilidade da direção da Empresa pela sua aprovação.
Infelizmente, durante toda essa luta a outra federação não mobilizou suas bases, não decretou Estado de Greve e não buscou meios para fazer avançar as negociações, se omitindo novamente. Essa postura pode ser confirmada na Ata da Reunião publicada no site do SINTECT-SP, que mostra que a outra federação quase não se manifesta para defender os trabalhadores.
A Diretoria do SINTECT-SP agradece todos os trabalhadores e trabalhadoras por sua confiança no Sindicato e na FINDECT – Vamos manter e reforçar a disposição de luta, único caminho para avançar rumo a conquistas para todos os ecetistas.
GCR é inaceitável
A empresa quer impor a todo custo o GCR como critério de qualificação para o recebimento da PLR pelo trabalhador. Para a FINDECT/Sindicatos Unificados, é inaceitável.
O GCR possui critérios subjetivos, que dependem do que os chefes acham. E há muitos chefes maldosos ou mal preparados que o usam para pressionar os trabalhadores. Imagine o que fariam se os Sindicatos aceitarem que o recebimento da PLR dependa da avaliação do GCR!
O GCR é apresentado como um sistema de avaliação, mas não passa de um mecanismo de pressão inventado pela empresa, que institui a prática do assédio moral, e não pode ser fortalecido com atrelamento ao pagamento da PLR. Imagine se fossemos usá-lo para avaliar os chefes e os diretores responsáveis pelo caos em que se encontra a da empresa? Estariam mais que insuficientes.
Luta também é por melhores condições de trabalho
Os Correios foram abandonos pela direção da empresa, nacional e regional. Por isso há problemas nas unidades de trabalho, como falta de funcionários, sobrecarga de trabalho, falta de segurança, falta de materiais básicos de trabalho, falta de limpeza, instalações precárias, entre outros. Além disso tem o descaso da empresa com o grave problema dos assaltos, que se avolumam em todas as regiões.
Já ocorreram inúmeras paralisações de setores, uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa de São Paulo, negociações, mesas redondas e fiscalizações. Mas é preciso ir além. A luta da categoria é, portanto, pela PLR, mas também contra esses graves problemas que atingem diretamente as condições de trabalho na empresa. Vamos fazer uma grande luta da categoria para avançar na solução dos problemas.