Ato ecumênico abre comemoração do 1º de maio em São Paulo
Notícia publicada dia 01/05/2015 22:21
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A celebração do 1º de maio, Dia do Trabalhador, começou esta manhã em São Paulo com a participação de diversas lideranças religiosas e o discurso de representantes de movimentos sociais e trabalhistas.
Entre os temas que nortearam o ato ecumênico, o repúdio ao projeto de lei que regulamenta e amplia de forma geral e irrestrita a terceirização, a proposta de emenda constitucional (PEC) que trata da delimitação da terra indígena e a PEC sobre a redução da maioridade penal.
Lula e lideranças da CTB no ato político do 1º de maio
No camarim, Lula se reuniu com as lideranças da CTB, o presidente Adilson Araújo, o vice-presidente Joilson Cardoso e o secretário-geral, Wagner Gomes.
“Unidade da classe trabalhadora é essencial“, diz Adilson Araújo
O presidente da CTB, Adilson Araújo, diz na coletiva de imprensa do Ato de 1º de Maio, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, que a luta política está servindo para unir ainda mais as centrais sindicais em torno de um projeto de desenvolvimento Brasil que interesse à classe trabalhadora. “Foi fundamental a presidenta Dilma dizer que é inconcebível a terceirização nas atividades-fim. Assim ela pede um voto de confiança aos trabalhadores e promete um 2016 diferente e muito melhor“, afirma Adilson.
“O Congresso atual é muito conservador, principalmente a Câmara dos Deputados, e tem trazido à tona uma agenda regressiva. Nós já mostramos que não aceitamos retrocesso e estamos na luta para que o Brasil não saia do rumo da democracia e do desenvolvimento autônomo. Queremos uam reforma política democrática, com participação popular e a extinção do projeto de lei 4330. Nós apostamos na mobilização crescente dos trabalhadores e trabalhadoras e iremos à greve geral se for preciso contra esse projeto, que representa o fim dos direitos mais básicos da classe trabalhadora e um retrocesso inaceitável“, acentua o presidente da CTB.
“Trabalho decente interessa aos estudantes“, defende Vic Barros
Presente no Ato do 1º de Maio, no Vale do Anhangabaú, centro da capital paulista, a jovem presidenta da UNE (União Nacional dos Estudantes), Vic Barros, afirma que “interessa profundamente aos estudantes a luta contra o projeto de lei 4330 (que escancara a terceirização) porque mais de 60% dos estudantes são trabalhadores e os outros quase 40% também serão”. De acordo com Vic, Participar dos atos do Dia do Trabalhador é importante em todo o mundo, “pois o futuro pertence à classe trabalhadora”. Ela diz que “defender mais direitos e o trabalho decente faz parte do intinerário de vida dos estudantes”. Na atual conjuntura da luta política “é essencial a defesa da democracia e de avanços para a construção de uma nação mais justa e igual”, define.
Adilson Araújo, Presidente da CTB sobre o significado do 1º de maio:
Para a CTB, o 1º de Maio, Dia Internacional da Classe Trabalhadora, é um momento privilegiado para intensificar o trabalho de esclarecimento, conscientização e mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras em defesa dos direitos sociais, da democracia e da soberania nacional. Vivemos um momento crucial da nossa história. Enfrentamos um sério risco de retrocesso e batalhas políticas decisivas estão em curso e a caminho.
Reforçadas pelos resultados das últimas eleições parlamentares, que tornaram sensivelmente mais reacionário o Congresso Nacional e criaram as condições para a ascensão de Eduardo Cunha à Presidência da Câmara Federal, as forças conservadoras desencadearam uma feroz ofensiva com o objetivo de encerrar e reverter o ciclo político progressista iniciado em nosso país após a eleição de Lula em 2002.
Com amplo apoio da mídia golpista e explorando de forma hipócrita e leviana as denúncias de corrupção contra o PT (da qual não estão alheios o PSDB e o DEM e cuja principal causa é o financiamento empresarial das campanhas políticas) a direita neoliberal, respaldada pelo imperialismo, ameaça os direitos sociais, a soberania (atacando a Petrobras) e as liberdades democráticas.
No Congresso, sob forte pressão dos capitalistas e a presidência autoritária do deputado Cunha, está em tramitação o PL 4330, que generaliza a terceirização das relações entre capital e trabalho e pode significar o maior golpe contra o Direito do Trabalho e a classe trabalhadora de toda a história do Brasil. Nem mesmo o regime militar foi tão longe.
É urgente, e é um imperativo do sindicalismo classista, multiplicar esforços para vencer, malgrado os meios escassos, a guerra ideológica por mentes e corações do nosso povo, parte essencial das batalhas contra o PL 4330 bem como em defesa da democracia e dos interesses nacionais. É igualmente necessário identificar e denunciar os traidores da classe trabalhadora que se dobraram à pressão do capital, dividiram o movimento sindical e apoiam a terceirização sem limites.
A consciência de classe é o elemento chave para mobilizar o povo trabalhador em geral e as bases sindicais em particular contra as ameaças de retrocesso e abrir caminho a uma contraofensiva das forças progressistas em defesa de um novo projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho, democracia e soberania.
A CTB trabalha pela mais ampla unidade democrática e popular, envolvendo partidos progressistas, movimentos sociais, organizações da sociedade civil e personalidades democráticas em torno das seguintes bandeiras:
• Rejeição do PL 4330;
• Defesa da Petrobrás e da engenharia nacional;
• Defesa da reforma agrária e do fortalecimento da agricultura familiar;
• Combate à corrupção; fim do financiamento empresarial das campanhas e realização de uma reforma política democrática;
• Regulamentação do Imposto sobre Grandes Fortunas previsto na Constituição, forte taxação das remessas de lucros e revogação das MPs 664 e 665.
• Defesa de um Correios público e de qualidade
Adilson Araújo – presidente nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
Veja abaixo o álbum de fotos do ato: