Auxílio de R$ 400 é desmoralização do presidente Pinóquio
Notícia publicada dia 02/09/2022 18:57
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• Orçamento sem reajuste de salário mínimo e redução de auxílio expõe mentiras do presidente
• O Presidente enviou ao Congresso na noite de ontem o orçamento para o ano que vem sem o auxílio de 600 reais a partir de janeiro
As centrais sindicais divulgaram nesta sexta-feira (2) nota em que criticam a proposta orçamentária para 2023, que “sintetiza algumas das inúmeras mentiras anunciadas do atual governo”.
O valor atual, de R$ 600, foi aprovado na PEC que autorizou a concessão de benefícios em período eleitoral. No entanto, o valor só vale até dezembro. Desde que lançou o pacote de benefícios só até dezembro, as contradições e mentiras do presidente são expostas ao povo e comprova-se o caráter eleitoreiro das medidas.
A nota conjunta das Centrais Sindicais aponta que a peça encaminhada ao Congresso inclui, por exemplo, redução do valor do auxílio emergencial e mais uma vez não prevê aumento real do salário mínimo.
O Auxílio Brasil, por exemplo, foi implementado para fins “eleitorais”, afirma a nota. A CTB e demais centrais sindicais não são contra o benefício, mas ressaltam que – além da preocupação do atual presidente em permanecer no cargo – o valor médio já está “depreciado pela inflação”. Além disso, cairá de R$ 600 para R$ 400 a partir de janeiro. Ou seja, o valor atual é apenas para o prazo atual e comprova que o presidente mente para o povo brasileiro.
Em rede social, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) usou o Twitter para denunciar o engodo. “BOLSONARO MENTE! A Lei Orçamentária enviada ao Congresso ACABA COM O AUXÍLIO DE 600 REAIS E NÃO CORRIGE A TABELA DO IMPOSTO DE RENDA. As promessas eleitoreiras não estão na lei que ele mesmo formulou. Como se diz no bicho, só vale o que está escrito. O resto é CONVERSA FIADA!”, escreveu.
Confira a íntegra da nota das Centrais Sindicais onde criticam a proposta encaminhada ao Congresso e medidas que continuam prejudicando trabalhadores e população mais pobre:
O governo Pinóquio
A proposta de Orçamento Federal encaminhada para 2023 sintetiza algumas das inúmeras mentiras anunciadas pelo governo de Jair Bolsonaro como salvação para os graves problemas da pobreza, da fome e da necessidade de geração de empregos com direitos constitucionais.
Já se sabe que o atual Auxílio Emergencial foi implementado com objetivos eleitoreiros. Não contestamos a importância do Auxílio para quem precisa, ao contrário. Mas é preciso ficar claro o que mais está por trás desta medida, além da intenção do presidente em se manter no cargo.
Na proposta de Orçamento o valor médio do Auxílio, já depreciado pela inflação que ultrapassa 10% e pelo alto custo dos alimentos, cairá para R$ 400,00 a partir de janeiro de 2023.
Além disso o salário mínimo, pelo quarto ano seguido, é reajustado abaixo da inflação, prejudicando a grande maioria do povo trabalhador e também os aposentados e pensionistas. Importante notar que o custo de vida para quem ganha os menores salários é três vezes mais alto que a inflação média. E ainda que o governo Bolsonaro acabou com a política de valorização do salário mínimo conquistada em 2006 com a pressão das centrais sindicais.
Ou seja, os trabalhadores ficarão mais um ano sem a correção da tabela do imposto de renda que acumula uma perda de mais de 147%.
O governo mantém os subsídios dos combustíveis, não alterando a política de preços da Petrobras. Dessa forma tira recursos da saúde, da educação, da segurança, da pesquisa, dos salários dos servidores públicos, para pagar os preços exorbitantes dos combustíveis e continuar enchendo os bolsos dos acionistas da Petrobras. Já os caminhoneiros e taxistas ficaram sem o auxílio combustível.
O presidente candidato Bolsonaro mente sem parar sobre a fome, sobre a pandemia e as mortes, sobre o custo de vida, sobre a economia e o desemprego. Trata-se de uma tragédia sem precedentes em todas as áreas. O Brasil é hoje vergonha para o mundo.
Essas e as inúmeras outras mentiras precisam acabar. A sociedade tem nas suas mãos essa decisão em outubro.
São Paulo, 02 de setembro de 2022
Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres, Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Oswaldo Augusto de Barros, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
Alvaro Egea, Secretário-Geral da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)