Investigação de Temer: Políticos e empresários unidos para roubar direitos
Notícia publicada dia 04/08/2017 19:12
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Os deputados empresários e aqueles que representam empresários e seus partidos (PSDB, PMDB, DEM, PSC, PSD, PTB, PP, PRB, Solidariedade, entre outros) riram na cara dos trabalhadores no dia 2 de agosto. Eles impediram a investigação da denúncia por corrupção passiva, vinda do Ministério Público Federal, contra Michel Temer, mesmo com as pesquisas indicando que mais de 80% dos brasileiros queriam a abertura do processo.
Com esse ato mostraram unidade entre eles para aprovar os projetos encabeçados por Temer, que roubam os direitos da classe trabalhadora, como a reforma trabalhista, que mudou completamente a CLT para favorecer as empresas, que agora terão maior liberdade a amparo da lei para explorar ainda mais seus empregados.
Aprovar essa reforma e livrar Temer foram atos que serão lembrados como dois dos maiores absurdos da vida política brasileira. Vão marcar um momento histórico em que o capital (empresas, empresários e os políticos que os representam) acabou com os direitos conquistados pelos trabalhadores em um século de lutas e resistência, retrocedendo as relações entre capital e trabalho (empregadores e empregados) ao século XIX.
Foram 263 votos de deputados governistas para salvar Michel Temer da investigação. Temer foi denunciado como sendo beneficiário dos recursos dados pela JBS ao ex-deputado e ex-assessor especial da Presidência da República, Rodrigo Rocha Loures (PMDB/PR), flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil que, segundo a delação de Joesley Batista, seria uma “mesada” para comprar o silêncio do ex-deputado preso Eduardo Cunha, acertado com Temer.
Compra de votos na cara dura
Para conseguir esse resultado, o governo abriu um balcão de negociação de cargos e emendas dentro do plenário da Câmara em troca de votos para salvar Michel Temer. Durante toda a sessão, ministros e líderes governistas mobilizaram a máquina federal para atender deputados que se comprometessem a rejeitar a acusação. Foram milhões em dinheiro do povo trabalhador usados para comprar deputados para votarem contra o próprio povo.
A operação foi ordenada por Temer e comandada pelo ministro tucano Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), cuja pasta é a responsável pela distribuição de cargos e emendas para a base aliada. Ele foi um dos dez ministros que reassumiram seus mandatos na Câmara para votar a favor do presidente e obter votos no plenário.
A luta tem que continuar e crescer
Após sair livre, Temer disse que todos que querem derrubá-lo estão sendo derrotados. E se sentiu fortalecido para mandar acelerar a reforma da Previdência, que está parada na Câmara desde que as acusações foram feitas contra ele.
Os trabalhadores precisam ampliar a luta com urgência para derrotar a reforma trabalhista na prática e impedir a aprovação da reforma da previdência. Nas Campanhas Salariais, como a nossa, que está em andamento, a luta tem de ser implacável para impedir que os Acordos e Convenções Coletivas sejam mudadas e que os diretos sejam rebaixados.
Esse é o nosso desafio e a nossa tarefa!
Grande parte dos deputados que livraram Temer respondem a ações no STF
Mais de 40% dos 263 deputados federais que votaram para livrar o presidente Michel Temer de um eventual julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) respondem a inquéritos ou são réus em ações penais em andamento na Corte. O levantamento foi realizado pelo UOL, com base na pesquisa sobre a situação criminal dos parlamentares no Supremo, divulgada na semana passada pelo site “Congresso em Foco”.
Veja abaixo a lista dos investigados pró-Temer (em ordem alfabética):
Adalberto Cavalcanti (PTB-PE)
Adilton Sachetti (PSB-MT)
Aelton Freitas (PR-MG)
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB)
Alberto Fraga (DEM-DF)
Alceu Moreira (PMDB-RS)
Alfredo Kaefer (PSL-PR)
Alfredo Nascimento (PR-AM)
Altineu Côrtes (PMDB-RJ)
Andre Moura (PSC-SE)
Aníbal Gomes (PMDB-CE)
Antônio Imbassahy (PSDB-BA)
Arthur Lira (PP-AL)
Arthur Oliveira Maia (PPS-BA)
Augusto Coutinho (SD-PE)
Benjamin Maranhão (SD-PB)
Beto Mansur (PRB-SP)
Bruno Araújo (PSDB-PE)
Cabuçu Borges (PMDB-AP)
Cacá Leão (PP-BA)
Carlos Bezerra (PMDB-MT)
Carlos Marun (PMDB-MS)
Célio Silveira (PSDB-GO)
Celso Jacob (PMDB-RJ)
Celso Russomanno (PRB-SP)
Cícero Almeida (PMDB-AL)
Dâmina Pereira (PSL-MG)
Daniel Vilela (PMDB-GO)
Danilo Forte (PSB-CE)
Delegado Éder Mauro (PSD-PA)
Delegado Edson Moreira (PR-MG)
Dilceu Sperafico (PP-PR)
Dimas Fabiano (PP-MG)
Edio Lopes (PR-RR)
Eduardo Da Fonte (PP-PE)
Eli Corrêa Filho (DEM-SP)
Ezequiel Fonseca (PP-MT)
Fábio Faria (PSD-RN)
Felipe Maia (DEM-RN)
Flaviano Melo (PMDB-AC)
Genecias Noronha (SD-CE)
Geraldo Resende (PSDB-MS)
Giuseppe Vecci (PSDB-GO)
Gorete Pereira (PR-CE)
Heráclito Fortes (PSB-PI)
Iracema Portella (PP-PI)
Izalci Lucas (PSDB-DF)
João Carlos Bacelar (PR-BA)
João Paulo Kleinübing (PSD-SC)
Jorge Côrte Real (PTB-PE)
José Carlos Aleluia (DEM-BA)
José Otávio Germano (PP-RS)
José Priante (PMDB-PA)
José Reinaldo (PSB-MA)
Jozi Araújo (Podemos-AP)
Julio Lopes (PP-RJ)
Laerte Bessa (PR-DF)
Lázaro Botelho (PP-TO)
Lindomar Garçon (PRB-RO)
Lucio Mosquini (PMDB-RO)
Lucio Vieira Lima (PMDB-BA)
Luis Tibé (PTdoB-MG)
Luiz Cláudio (PR-RO)
Luiz Fernando Faria (PP-MG)
Luiz Nishimori (PR-PR)
Macedo (PP-CE)
Magda Mofatto (PR-GO)
Maia Filho (PP-PI)
Marco Tebaldi (PSDB-SC)
Marinaldo Rosendo (PSB-PE)
Mário Negromonte Jr. (PP-BA)
Marx Beltrão (PMDB-AL)
Maurício Quintella Lessa (PR-AL)
Milton Monti (PR-SP)
Missionário José Olimpio (DEM-SP)
Nelson Marquezelli (PTB-SP)
Nelson Meurer (PP-PR)
Newton Cardoso Jr (PMDB-MG)
Nilson Leitão (PSDB-MT)
Nilton Capixaba (PTB-RO)
Paes Landim (PTB-PI)
Pauderney Avelino (DEM-AM)
Paulo Feijó (PR-RJ)
Paulo Henrique Lustosa (PP-CE)
Paulo Maluf (PP-SP)
Paulo Pereira Da Silva (Solidariedade-SP)
Pedro Fernandes (PTB-MA)
Pedro Paulo (PMDB-RJ)
Pr. Marco Feliciano (PSC-SP)
Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO)
Raquel Muniz (PSD-MG)
Renato Molling (PP-RS)
Ricardo Teobaldo (Podemos-PE)
Roberto Alves (PRB-SP)
Roberto Balestra (PP-GO)
Roberto Britto (PP-BA)
Roberto Góes (PDT-AP)
Rogério Marinho (PSDB-RN)
Rogério Rosso (PSD-DF)
Rômulo Gouveia (PSD-PB)
Ronaldo Benedet (PMDB-SC)
Ronaldo Nogueira (PTB-RS)
Silas Câmara (PRB-AM)
Simão Sessim (PP-RJ)
Takayama (PSC-PR)
Thiago Peixoto (PSD-GO
Toninho Pinheiro (PP-MG)
Vinicius Gurgel (PR-AP) Wladimir Costa (SD-PA)
Yeda Crusius (PSDB-RS)
Zeca Cavalcanti (PTB-PE)