Acabar com o SNT foi mais um golpe baixo da direção da ECT
Notícia publicada dia 06/01/2018 11:47
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É justo mudar a regra com o jogo em andamento? E sem informar ou negociar as novas regras com os participantes? Sem deixar claro se o apito vai ser amigo de um lado e prejudicar outro, como acontece muito no futebol dirigido pela corrupta CBF?
Foi isso que fizeram o ainda presidente da ECT, Guilherme Campos, seu fiel escudeiro Eli Siqueira e os demais membros da diretoria da empresa.
Eles acabaram com o Sistema Nacional de Transferências, SNT, sem zerar os pedidos, prejudicando trabalhadores que estão na fila há meses e até anos. E usaram uma desculpa esfarrapada para isso, de que a ordem de inscrições no atual sistema é furada por decisões políticas. Ora, era só acabar com isso, e não com o sistema todo!
E inventaram um tal de SOFT (Sistema de Otimização da Força de Trabalho), sem informar como ele funcionará, quais serão suas regras e como os trabalhadores serão tratados.
Ou seja, o sistema de nome pomposo não existe sequer no papel. Não apresentaram a proposta nem negociaram com os trabalhadores e seus sindicatos e federações. As reais intenções da ECT com a mudança não ficam claras, e isso só pode ser de propósito para esconder mais uma medida prejudicial à categoria.
Tudo muito autoritário, nebuloso, cheio de segundas intenções, como tudo nessa administração desastrosa colocada por Temer nos Correios.
Fora Guilherme Campos!
Há boatos de que Guilherme Campos sairá da presidência da ECT para assumir outra tarefa suja no governo Temer, contra os trabalhadores e o patrimônio nacional.
Depois de implantar um plano de destruição nos Correios, ele iria para o serviço de “convencimento” dos parlamentares para aprovarem a reforma da previdência e acabarem com o direito à aposentadoria. Você sabe como Temer e seus aliados fazem esse convencimento, não sabe? É trabalho para político profissional, que conhece bem a linguagem e os trâmites em Brasília. Aliás, também dizem que ele vai se candidatar a deputado federal.
Já vai tarde, dirá o ecetista, farto dos abusos desse político a serviço do capital e do governo Temer, colocado sob encomenda na direção dos Correios para destruí-lo e privatizá-lo.
Mas a verdade é que nada mudará. Quem o substituir manterá o que ele implantou: o sucateamento e a destruição da ECT, o roubo de direitos e a redução salarial da categoria, a sobrecarga de serviço via diminuição do quadro funcional e a queda do alcance e da qualidade do serviço oferecido à população. Ou seja, medidas que conduzem à privatização da empresa e a entrega do mercado postal brasileiro a empresários ávidos por lucros.
Ou seja, com ou sem Guilherme Campos, nossa luta continua a mesma!
O que indica o tal SOFT
A diretoria da ECT diz que há sobra de trabalhadores em algumas localidades e falta em outras, e quer um sistema que a deixe livre para transferir para onde bem entender.
É isso que dá a entender o sistema sugerido pela ECT. Algo parecido com o que fez o Banco do Brasil no ano passado. A direção do banco fechou milhares de agências no Brasil inteiro. Os bancários que ficaram sem local de trabalho foram “convidados” a assumirem vagas existentes em outras agências que poderiam estar em outros bairros, cidades e até estados. Quem não aceitasse ficaria em sua cidade, mas só com o salário base, sem adicionais. Após isso o banco abriu um PDV para os descontentes.
A direção dos Correios não faz concurso e contratação há anos. Só em 2017 foram 2 PDIs. E ela não esconde que quer diminuir ainda mais o quadro de funcionários. Esse SOFT só pode ser uma ferramenta para ajudar em seu plano de aumentar a produtividade e a sobrecarga de trabalho na empresa, diminuir custos com mão de obra e deixar a empresa mais atraente ainda para uma privatização.
Exigimos transparência e negociação!
Exigimos que a ECT complete todos os procedimentos e transferências do atual sistema, e em seguida abra discussão e negociação com os trabalhadores, através dos Sindicatos que os representam, para redefinir o modelo.
Mais uma frente de luta foi colocada para os trabalhadores por essa direção e esse governo destruidor do patrimônio nacional, das empresas estatais, dos direitos do bem-estar e da felicidade do povo trabalhador.
Como o herói grego Hércules, temos doze trabalhos para enfrentar, inúmeras lutas para vencer, com cavalos de Tróia e cantos de sereias no caminho, e não vamos desistir!
Veja a decisão da diretoria da ECT:
“Diretoria Executiva – Ata da 45ª Ata Reunião Ordinária Diretoria.
2.2. VICE-PRESIDENTE DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS – 2.2.1. Extinção do Sistema Nacional de Transferência e implementação do Sistema de Otimização da Força de Trabalho – SOFT – Relatório/VIGEP n° 007/2017. A Diretoria Executiva APROVA a extinção do Sistema Nacional de Transferência”.