Bolsonaro quer tirar verbas da educação e dar pedalada para bancar auxílio que eleva sua aprovação
Notícia publicada dia 30/09/2020 11:33
Tamanho da fonte:
Ele acaba de mostrar que não foi sincero ao dizer que não tiraria do pobre para dar ao desvalido, e continua querendo financiar o auxílio que disse que deixaria para trás com verbas da educação!
Como o auxílio emergencial de R$ 600 aprovado pelo Congresso devido à crise do coronavírus, contra os R$ 200 que o governo queria, foi o principal fator da elevação dos índices de aprovação do presidente junto às camadas mas desvalidas da população, o populismo falou mais alto e ele retomou a ofensiva, agora rebatizada de Renda Brasil.
Sua ambição é ter um programa com a sua assinatura para substituir o exitoso Bolsa Família. E anunciou seu projeto composto por três fontes de recursos: o orçamento do Bolsa Família, parte do dinheiro reservado para o pagamento de precatórios e uma parcela do FUNDEB, o principal mecanismo de financiamento da educação básica brasileira, sem o qual não tem escola pública para os filhos dos pobres.
Ou seja, continua a investida sobre os trabalhadores e as camadas mais pobres da população como fonte de recursos para um fundo de auxílio permanente às camadas pauperizadas.
O presidente continua também a não cogitar uma taxação nos lucros de bancos e empresas nem nas grandes fortunas, as formas mais razoáveis, justas e lógicas de angariar fundos num dos países mais desiguais do planeta.
Pedalada fiscal: agora pode?
Especialistas apontam que o arranjo proposto por Bolsonaro é uma pedalada, numa referência à manobra fiscal que municiou a argumentação legal do impeachment de Dilma Rousseff. Antes de 2016 podia, em 2016 derrubou a presidenta e agora pode de novo?
O fato é que mais uma vez o governo ameaça usar dinheiro da educação. A primeira tentativa se deu em julho, na votação da PEC do novo FUNDEB, quando seu ministro da economia quis desviar R$ 8 bilhões das verbas do fundo da Educação para financiar o fundo do auxílio.
Não dá para aceitar esse ataque. Nas verbas da Educação e no FUNDEB ninguém mexe!!! Essa é a luta do SINTECT-SP e tem que ser de todos os trabalhadores que tem filhos na escola pública. A educação precisa de mais dinheiro, não de menos!