Caiu a máscara – Kassab confirma que quer privatizar os Correios

Notícia publicada dia 30/03/2017 17:59

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O ministro das Comunicações do governo Temer, Gilberto Kassab, confirmou o que o SINTECT-SP vem dizendo há tempos: o governo Temer já está privatizando as estatais, entre elas os Correios.

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Ele afirmou à imprensa que os Correios “poderão ser privatizados”, se não derem lucro este ano. Disso ainda que vai cortar gastos além dos que já estão sendo cortados, ou vai encaminhar a privatização. E que o governo não vai injetar recursos para na empresa.

Sobre isso, o SINTECT-SP afirma:

-O presidente da empresa, e agora Kassab, têm insistido que os Correios estão em crise financeira para cortar gastos, eliminando direitos dos trabalhadores – e cada vez deixam mais claro que a verdadeira intenção é privatizar.
-Falam, mas não provam o que dizem, e os indícios são de que estão mentindo, assim como Temer mente sobre o déficit na Previdência para justificar sua proposta de reforma, que acaba com a aposentadoria para os trabalhadores (mas preserva para militares e políticos).
-Assim como é necessário uma CPI da Previdência, para apurar a real situação, é preciso uma auditoria independente e até uma CPI para apurar a real situação financeira dos Correios e quem/o que a gerou, e por quê.
-Os Correios dão lucro, e muito, mas o governo confisca boa parte – até 2016 repassou R$ 6 bilhões à União, muito mais do que poderia e deixou a empresa sem recursos para se equilibrar financeiramente. Se existir dificuldade, esse é o principal fator.
-A empresa vem sendo mal administrada há tempos por políticos que criaram uma situação de desmonte nos Correios.
-Para isso, acabaram com os concursos e contratações, deixaram poucos funcionários, não investiram em inovações, não investiram em segurança para prevenir assaltos, eliminaram a entrega em algumas localidades dita “perigosas” e criaram a entrega alternada em outras.
-Essa situação se aprofundou na atual gestão, numa clara demonstração de que o plano do governo Temer, encaminhado por Kassab e Guilherme Campos, é diminuir o alcance dos Correios, deixar a população sem atendimento e descontente, para já abrir espaço no mercado para as multinacionais do setor – Isso já é privatização, se não da empresa, de parte do setor postal.
-Ao mesmo tempo, querem cortar gastos com mão de obra, retirando direitos como o convênio médico, para deixar a empresa enxuta e rentável, e então vende-la (privatiza-la), como afirmou Kassab. Sua fala foi também uma pressão sobre os trabalhadores, que não aceitam a retirada de direitos e estão se organizando para a luta.
-A afirmação de Kassab se deu no mesmo dia em que a Rede Globo apresentou uma extensa matéria dizendo que os Correios estão quebrados e deixando de atender a população, em consonância com o discurso do governo e do presidente da ECT.
-O jogo sujo para colocar a população a favor de vender o patrimônio do povo, acabando com mais um serviço social, é evidente. A matéria foi direcionada à ideia de que a empresa, na mão do governo, não tem jeito.
-É assim que age um governo a serviço dos grandes empresários e banqueiros, comandados pelos interesses dos Estados Unidos, com ajuda da mídia empresarial que o apoia.
-Quer criar oportunidades e facilidades para os empresários crescerem e enriquecerem cada dia mais, fazendo a população pagar mais caro por serviços essenciais que deveriam ser gratuitos, e acabando com direitos e empregos dos trabalhadores.

A resposta dos trabalhadores dos Correios é resistir com unidade e luta!

A guerra está declarada. Vamos resistir e vencer essa batalha!

Além disso o SINTECT-SP reafirma a decisão tomada na grande assembleia do dia 14 de março, quando a categoria rejeitou a cobrança no convênio médico e aprovou a paralisação de 24 horas no dia 15, que envolveu mais de 8.000 ecetistas:

-Exigimos a fim do DDA, do OAI, dos SDs maquiados e do fechamento de agências;
-Exigimos a implantação imediata da entrega matutina, a realização de concurso e a contratação de trabalhadores.
-Exigimos o retorno da gestão do convênio médico para o RH da ECT e melhorias e ampliação da rede conveniada e a volta dos ambulatórios.
-Que 10% do faturamento da ECT seja destinado às despesas com saúde de seus funcionários, para financiar a assistência médica e odontológica.
-Se a empresa encaminhar essa história da demissão motivada, vamos desencadear a maior luta da história da categoria em defesa dos nossos empregos e dos Correios!

Exigimos alternativas concretas para recuperar a empresa e torna-la forte, como:

-Investimento governamental na empresa, com devolução dos R$ 6 bilhões desviados indevidamente dos cofres dos Correios nos últimos;
-Investimento para solucionar o problema da violência e dos assaltos, para que a ECT volte a atender toda a população com qualidade, pare de gastar com indenizações por extravio e falta de entrega, e pare de abrir espaço para a concorrência;
-Fortalecimento da entrega de encomendas;
-Manutenção das agências e distribuição em todos os municípios do território nacional;
-Estudo e criação de novos negócios que fortaleçam a empresa, com participação dos trabalhadores;
-Contratação de trabalhadores para atender a demanda total.
Contra as privatizações! Nenhum direito a menos! Fora Temer, Kassab e o presidente dos Correios, Guilherme Campos! Por um Correio público e de qualidade!

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