Capítulo I: Má gestão levou à diminuição da arrecadação
Notícia publicada dia 21/02/2018 23:04
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O SINTECT-SP publica o primeiro artigo de uma série sobre a situação financeira e administrativa da ECT, baseado nos conclusões e achados da auditoria pública feita pela Controladoria-Geral da União (CGU), segundo a qual o problema dos Correios é MÁ GESTÃO, o que levou à classificação das contas dos membros da Diretoria Executiva da ECT como IRREGULARES.
Começaremos pela apresentação dos motivos do déficit financeiro alegado pela direção dos Correios. São vários, por isso serão expostos em 3 artigos diferentes. Os auditores acharam inúmeros dados e ações que consideraram mal feitos, mal planejados e até causadores de suspeitas. Primeiro serão abordados os 3 problemas que seguem:
Redução da atividade econômica
A CGU apontou essa redução como um dos principais motivos para a queda de arrecadação e lucratividade dos Correios.Guilherme Campos insiste freneticamente, para tentar convencer a todos, que isso se deve ao refluxo das correspondências, devido ao avanço dos meios digitais de comunicação (e-mail, SMS, whatsapp, etc.).
Mas ele exagera na diminuição desse segmento e se “esquece” de lembrar o grande aumento da entrega de encomendas, que ele próprio não aproveitou e prejudicou quando extinguiu o e-sedex, não investiu num produto mais atraente para essa área e deixou, com isso, que os concorrentes se fortalecessem.
Todos os funcionários dos Correios sabem, pois vêem a realidade no dia a dia, que a redução da atividade da empresa está relacionada com o sucateamento promovido por sua direção temerosa, com vistas à privatização.
O SD, o DDA, o fechamento de agências, a junção de CDDs e a redução dos distritos levam à diminuição do atendimento à população, o que faz a atividade econômica cair. A falta de concurso público e de contratação de funcionários também. Esses são os motivos da redução da atividade da empresa, e da arrecadação financeira.
Elevação vertiginosa do volume de indenizações
Segundo o relatório, “no período de 2011 a 2016, a quantidade de indenizações por atraso, extravio, roubo, avaria, espoliação e outras causas, aumentou 1.054,56%. Esta variação representou para a Empresa, no exercício de 2011, um prejuízo de R$ 60.050.904,12, e no exercício de 2016, um prejuízo de R$ 201.749.206,63”.
Essa elevação se deve à falta de investimento em segurança, em funcionários para a triagem e a entrega, em veículos e em tecnologia. Enquanto a direção da empresa implementar o sucateamento e almejar à privatização, esse problema não terá solução, a não ser o que ela inventou recentemente, de diminuir os valores e dificultar os pagamentos.
Defasagem tarifária
A direção da ECT manteve as tarifas postais congeladas por mais de 2 anos consecutivos, o que resultou em congelamento da entrada de receitas.
O relatório aponta que “as perdas pela defasagem tarifária alcançaram R$ 1,235 bi, em 31 de julho de 2015”. Com as recomposições de 2015 e 2017 as perdas estariam sendo gradualmente reduzidas, mas o prejuízo gerado é irreversível, pois as tarifas ficaram irresponsavelmente defasadas por muito tempo.
No próximo artigo, centrado também na análise do déficit financeiro apregoado pela direção da ECT, abordaremos:
• Custos com Pessoal (contratos dos assessores especiais, quantidade excessiva de pagamento a chefias e funções remuneradas são os vilões).
• Custos com Benefício Pós-Emprego, gerados por mudanças artificiais e repentinas nas regras contábeis, geraram uma despesa bilionária.
Nos artigos seguintes abordaremos:
• Elevação exagerada dos Custos com Insumos (materiais, equipamentos, etc).
• Transferência elevada, de cerca de R$ 6 bilhões, de recursos para a “União”, ou seja, para o governo federal, valor muito acima do que a empresa poderia suportar.
• Redução nas aplicações financeiras, que eram fundamentais para aumentar as receitas e viabilizar o fluxo de caixa – Isso ocorreu devido à transferência de recursos citada acima.
• Insuficiência nos Controles Internos Administrativos e na gestão tecnológica da informação.
• Irregularidades nos processos licitatórios e nos resultados das consultorias contratadas.
Em seguida veremos o que a CGU apontou como má gestão e soluções possíveis para os problemas apontados, muito diferentes do que está sendo proposto e encaminhado pelo governo Temer e seu preposto na direção dos correios.
Acompanhe essa série aqui no site do SINTECT-SP!
OBS 1:
CGU é o órgão Federal que realiza anualmente auditoria de contas nos Correios e nas outras estatais. Os auditores são funcionários públicos concursados, bem qualificados e bem pagos, o que é fundamental para a realização de auditorias isentas de politicagem. Os resultados são bem diferentes das auditorias pagas por Guilherme Campos para fiscalizar ele próprio.
OBS 2:
A CGU efetuou análises em conformidade com o estabelecido no Anexo II da DN-TCU nº 156/2016:
• Avaliação da Conformidade das Peças;
• Avaliação dos Resultados Quantitativos e Qualitativos da Gestão;
• Avaliação dos Indicadores de Gestão da Unidade;
• Avaliação da Gestão de Pessoas;
• Avaliação da Regularidade dos Processos Licitatórios;
• Avaliação da Gestão de Tecnologia da Informação;
• Avaliação dos Controles Internos Administrativos;
• Avaliação dos Controles Internos Contábeis.