Categoria mostra sua força em paralisação inédita
Notícia publicada dia 26/06/2014 13:11
Tamanho da fonte:
Revolta – palavra que traduz o sentimento do trabalhador diante das atuais condições de trabalho nas unidades, foi o estopim desta grande manifestação onde a nossa categoria pode soltar o grito que estava entalado na garganta e mostrar que não está pra brincadeira!
Mais de 4.000 trabalhadores da área operacional, segundo números da própria empresa, paralisaram as atividades por 24 horas para protestar e realizar uma grande passeata no Centro contra o excesso de serviço, SDs, SDEs e horas extras, por segurança contra os assaltos e uma PLR decente – Foi o início de uma grande luta que vai longe se a ECT insistir em se manter intransigente!
A frente da Superintendência Regional do Trabalho (SRTE-SP) ficou amarela e azul na manhã da quarta-feira, 25 de julho. E não era torcida para a Seleção Brasileira. Eram os trabalhadores dos Correios em dia de paralisação e protesto contra as condições de trabalho na empresa e por uma PLR decente.
Inúmeros setores tiveram altos índices de paralisação, sobretudo aqueles em que a situação está pior. Esta foi a forma da categoria mostrar para a empresa que não tolera mais a sobrecarga de trabalho e a violência das ruas que recaem sobre eles, e que não aceita uma PLR miserável.
Além da base do SINTECT-SP, também houve paralisação em Bauru e Tocantins. A paralisação em São Paulo contou com ampla divulgação na imprensa, em TVs, rádios, jornais e portais e blogs da internet. Muitos deles acompanharam a passeata realizada no Centro da capital.
Empresa só conversa
A paralisação de protesto e exigência de negociação séria veio depois de várias reuniões entre a Direção do Sindicato e a da Empresa para tratar dos problemas de excesso de serviço e segurança. E de várias reuniões que aconteceram na SRTE-SP, com participação direta do Superintendente Regional do Trabalho. Em nenhuma delas a empresa apresentou conclusões. Só deu respostas evasivas e conversou muito, sem chegar a lugar algum, fato que acabou por mobilizar ecetistas de todas as regiões de São Paulo, Grande São Paulo, ABC e a região de Sorocaba, que deram à ECT uma amostra de sua indignação, e consequentemente, disposição ainda maior para a luta que virá em nossa próxima Campanha Salarial, que promete ser uma das batalhas mais duras da história do movimento sindical de Correios
Em reunião realizada na SRTE-SP no dia 24 de junho (Clique aqui e visualize a Ata da reunião na íntegra), a empresa menciona o gasto de R$ 965.000,00 em rastreadores de encomendas (chips), mas que como todos sabem, eles por si só não resolvem os problemas aos quais os carteiros são expostos diariamente.
Diante da insistência da ECT em não dar respostas concretas às reivindicações, ficou estabelecido que no dia 25, durante a paralisação, seria realizada nova reunião, para a qual a empresa enviaria dirigentes nacionais com poder de decisão para que de fato fossem atendidas as reivindicações da categoria.
Mas a empresa não enviou um representante da sua direção nacional. Mesmo com a importância da reunião, realizada num dia de paralisação, ela sequer enviou seu Diretor Regional, mas simplesmente um representante, apenas procurando demonstrar que estava se importando com os trabalhadores. Ele resumiu sua participação fingindo explicar detalhes dos investimentos da ECT em segurança e tentando convencer de que as alterações referentes ao SD seriam “benéficas” aos trabalhadores, quando todos sabemos que há exigência de aumento da produção e aplicação unilateral pela empresa (Clique aqui e visualize a Ata da reunião na íntegra).
Quanto à PLR, a situação é similar. A empresa não avança em sua proposta de valores. E para os critérios, apresenta avanços para a PLR do ano de 2013, a ser paga em 2014, mas atrelado à aceitação da categoria de critérios para as PLRs dos próximos cinco anos. O Sindicato e a FINDECT suspenderam a participação na Mesa Nacional de Negociação Permanente até que a empresa negocie a PLR com seriedade e apresente uma proposta decente para a categoria. Isso tudo sem mencionar o “aniversário” de quase um ano sem poder utilizar o nosso Vale-Cultura, garantido no último Acordo Coletivo de Trabalho.
A luta continua
Na reunião do dia 25 de junho o Sindicato, representado pelo seu Presidente, o companheiro Diviza, e pelos Diretores Fabrício e Elias Orlando, exigiu que, enquanto as reivindicações não forem atendidas, a empresa não exija que o trabalhador seja direcionado a áreas de risco, sem nenhuma proteção eficaz, sobretudo no que se refere ao aumento da escolta e à implantação dos chips nas encomendas.
A ECT publicou no seu informativo Primeira Hora no dia 25/06/2014 que está judicializando a questão da PLR, solicitando que o TST decida, demonstrando sua incapacidade de diálogo e negociação, e afirmando sua postura intransigente e omissa com a categoria.
Em relação ao dia parado, o Superintendente Luiz Antonio Medeiros irá solicitar uma reunião com o Diretor Regional para tratar do assunto.
Em breve o Sindicato convocará nova assembleia para avaliar, junto com a categoria, a postura da ECT, e debater a realização de uma nova paralisação, agora de prazo indeterminado, caso a ECT não apresente propostas concretas para nossas reivindicações.
Veja abaixo o álbum de fotos completo da passeata realizada durante a paralisação no dia 25/06/2014 no centro de SP:
[nggallery id=68]