CDD Jd. Paulista tem 12 com COVID-19 e Correios diz que está tudo normal
Notícia publicada dia 13/05/2020 17:40
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O décimo segundo caso de contágio por coronavírus no setor foi diagnosticado no dia 7 de maio, mas ele continua aberto, assim como várias outras unidades com todos aglomerados dentro e os dirigentes da empresa respondem questionamento do Sindicato afirmando que estão “combatendo a doença”; descaso total!
A confirmação de mais um caso nesse setor deveria ser prevista e evitada pela empresa. Ele atende área nobre da cidade, onde residem os contaminados na primeira onda, pessoas de alto poder aquisitivo que viajaram para fora do país e voltaram com o vírus ou o pegaram de parentes e amigos.
É em contato com eles que os ecetistas estão no dia a dia. E sem os itens de segurança, que a direção da empresa demorou demais para fornecer, e não o faz adequadamente.
As máscaras, por exemplo, em vez de fornecer uma para cada duas horas de uso, a empresa dá duas para o dia inteiro. E não adianta só a máscara de pano, tem que ter a proteção de acrílico.
No setor, além da máscara e da proteção, é preciso avental e luva. Sem falar no álcool gel coletivo e individual, toalhas descartáveis e sabonete líquido, higienização e sanitização correta dos ambientes, além de rodízio de pessoal e escala de horários, para evitar que o pessoal se aglomere no local. Nada disso ocorre adequadamente.
Ao primeiro caso de contágio, o setor deveria ser fechado, pois é óbvio que outros ocorreriam e o vírus se proliferaria. Mas continuou aberto como se nada tivesse acontecendo. Sem cumprir nem mesmo a Constituição Federal, no seu artigo 7º, que garante o direito a segurança e melhoria na sua condição social.
O Sindicato fez cobrança por ofício: “Essa entidade sindical requer que a direção da EBCT cumpra a determinação veiculada no Primeira Hora e PMPP (Procedimento de Mediação Pré-Processual) nº 1000904- 26.2020.5.02.0000, os quais determinam que: quando houver um empregado com sintomas da COVID-19, seja caso de suspeita, caso de diagnóstico confirmado, liberará, imediatamente, para realização de trabalho remoto, todos os empregados, pelo prazo de quinze (15) dias.”
A empresa respondeu, através da DIGEP/DEREO, de forma evasiva, genérica e dissimulada dizendo que vem implementando ações de combate à referida doença, que está adquirindo EPIs, que as “ações representadas no protocolo de medidas de prevenção foram aplicadas corretamente no CDD Jardim Paulista”, e que orienta o pessoal a manter distanciamento no ambiente de trabalho, como se isso fosse possível em setores apertados, como a maioria.
Vai acontecer o mesmo em toda a cidade
Se a primeira onda de contágio pelo coronavírus atingiu os bairros mais ricos, agora ele avança pelas periferias das grandes cidades. E vai causar profundas perdas na população mais empobrecida e trabalhadora, que vive em bairros paupérrimos e favelas, muitas vezes sem água potável, expostos à aglomeração nos locais de moradia e em trens, ônibus e metrô e longe do acesso a assistência médica.
Se a direção da ECT mantiver a postura de descaso que mostra no CDD Jd. Paulista, vai deixar acumular infectados em toda a cidade, criar o caos e contabilizar baixas.
Só sendo muito insensível, frio, calculista e explorador para agir dessa maneira mesmo frente aos exemplos de solidariedade, cuidado e valorização da coletividade que vem de várias partes do mundo!
O SINTECT/SP cobra a adoção de medidas efetivas da direção da empresa em todas unidades e que garantam a segurança aos trabalhadores em meio a grave pandemia do novo coronavírus.