A cilada do banco de horas que a direção dos Correios quer impor
Notícia publicada dia 25/09/2021 11:20
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A empresa convoca constantemente os trabalhadores para realizarem horas extras e trabalho aos finais de semana. Na maior cara de pau, descumpre a legislação e não garante nem o direito à rejeição pelo trabalhador, nem ao descanso merecido.
Agora quer impor banco de horas em negociação no TST, que é muito perigoso porque pode deixar a categoria refém das chefias.
A jornada é uma conquista
O SINTECT-SP ressalta que a luta dos trabalhadores pelo direito a uma jornada de trabalho não é de hoje e foi uma das mais difíceis e prolongadas em todo o mundo.
Graças a essa conquista, horas a mais trabalhadas por todo e qualquer empregado devem ser computadas e revertidas no salário.
A hora extra adoece
A secretaria de saúde do SINTECT-SP acompanhou estudos médicos conduzidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) com dados colhidos em cerca de 190 países. Eles apontam que a existência de horas extras pode aumentar em 19% a chance dos trabalhadores sofrerem de doenças cardíacas e de 42% sofrerem um acidente vascular cerebral (AVC).
A hora extraordinária é uma situação excepcional e não algo recorrente como ocorre nos Correios. Os trabalhadores conquistaram o direito ao descanso e necessitam dele, para o convívio familiar, para estudarem ou utilizarem seu tempo como desejarem.
Banco de horas é hora extra não paga
O Sindicato abre esse debate, pois a figura do chamado “Banco de Horas” surge para precarizar, isto é, reduzir direitos dos trabalhadores. A finalidade do banco de horas é flexibilizar a jornada de trabalho de acordo com a necessidade da empresa, que vem reduzindo seu quadro de funcionários ano a ano.
O banco de horas é uma arma na mão da empresa
O Sindicato recebe denúncias constantes de que a empresa não vem pagando as horas extras e vales alimentação corretamente aos trabalhadores. Isso se soma a outros abusos e descumprimentos da legislação, como a convocação abusiva para horas extras, a não concessão do descanso a que o trabalhador tem direito e até punições ilegais.
Alguém acredita que a direção da empresa respeitaria alguma regra para o banco de horas?
Sem contar que, através deste mecanismo, o trabalhador perde o direito de receber as horas extraordinárias, ficando refém da gestão que não se importa com a saúde nem tampouco com a redução de efetivo, querendo esfolar ainda mais a categoria com jornadas excessivas e desgastantes.
O SINTECT-SP alerta que o Banco de Horas é péssimo para os trabalhadores
Ele não garante a manutenção dos empregos, e mais, retira direitos como o acréscimo de horas extras, décimo terceiro salário, férias, FGTS e até aposentadoria, já que as horas não contam para nenhum desses direitos.
Além disso, amplia o poder de manipulação das chefias, que podem escolher quando exigirão mais trabalho e quando concederão a compensação. Com isso retira ainda mais direitos, fragiliza a saúde dos trabalhadores e, principalmente, dificulta a organização da categoria para lutar por seus direitos.
O Banco de Horas é sempre prejudicial aos trabalhadores e só interessa à empresa.
A direção bolsonarista dos Correios tenta seduzir os trabalhadores apresentando a figura do Banco de Horas apenas como um mecanismo que lhe permitirá flexibilidade, folgas e emendas em feriados, escondendo os prejuízos salariais e os riscos à saúde da categoria, que vem sendo fragilizada nessa pandemia.
O banco de horas é um perigo para os trabalhadores. O Sindicato repudia a intenção de impor essa medida e postura da direção dos Correios, que tenta lançar os trabalhadores contra a direção do Sindicato, forçando-os a aprovar uma regra prejudicial, que possibilitará um precedente perigoso para as chefias esfolarem os trabalhadores nas unidades.
Essas são as razões para concluirmos que o Banco de Horas é sempre prejudicial aos trabalhadores e só interessa à empresa. Na dúvida, entre em contato com o Diretor Sindical da sua região para maiores esclarecimentos.