Encaminhar as lutas nos setores que estão agonizando por conta do SD da morte, falta de funcionários, falta de segurança e péssimas condições de trabalho é uma necessidade imediata e também uma forma de aquecer os motores para a luta da Campanha Salarial!

Só nesta semana três setores já decretaram operação padrão e estado de greve, os CDDs Vila Gustavo, Cantareira e Cidade Dutra. Os motivos são os mesmos e se repetem em inúmeros outros locais. Está na falta crônica de funcionários, na enorme sobrecarga de trabalho provocada por isso e pelos SDs irreais feitos pela gestão anterior, e nos problemas estruturais que tornam as condições de trabalho horríveis.

17 distritos para 11 carteiros

A situação do CDD Vila Gustavo exemplifica a de muitos outros. Prejudicado por SDs malfeitos e maldosos, os distritos da unidade foram diminuídos de 34 para 17. E hoje a unidade não tem 17 carteiros, mas no máximo 11, contando transferências e afastamentos. Além disso, o pessoal tinha 3 linhas, que exigiam 5 carros. Foram acrescidas mais 3 linhas, o setor não tem os 5 carros nem moto para as entregas.

Não é à toa que o pessoal está revoltado e, junto com o Sindicato, decretou operação padrão e estado de greve para mostrar a realidade à direção dos Correios e que não dá para aguentar tanta exploração. No mesmo caminho foi o CDD Cidade Dutra, que também fez assembleia no dia 31 de julho, sofre pelo reflexo deixado pelo GERAE anterior que com truculência e perseguição aos funcionários, fez SDs de qualquer jeito, aplicou punições por não trabalhar aos domingos e feriados o que gerou o não recebimento de PLR e precarização das condições de trabalho em todas unidades da região.

Medidas já

É de conhecimento geral que essa situação é generalizada e resulta das ações da gestão anterior da ECT. E que em algumas regiões tudo foi piorado pela ação de GERAEs carrascos, mal preparados e mal intencionados, que fizeram SDs fantasiosos, perseguiram, pressionaram e puniram trabalhadores e deterioraram as condições de trabalho e que hoje, a gestão atual enfrenta sérias dificuldades para sanar os inúmeros problemas deixado pela gestão operacional que passou pela região.

Isso não alivia em nada a cobrança sobre a atual direção da empresa. Pelo contrário, ela deve reconhecer o estado lastimável em que a empresa e os trabalhadores foram jogados e agir de imediato.

E não se trata de cobrar medidas paliativas, como contratação emergencial. É preciso dimensionar o estado do quadro funcional, realizar concurso público e repor a mão de obra o mais rápido possível. Rever de imediato os SDs feitos aleatoriamente, revendo as linhas que estão acima dos 8 km de percursos. Ampliar as escoltas nas unidades e melhorar a situação de trabalho com reformas estruturais. E pagar as horas-extras que são devidas há vários meses.

Tudo isso é urgente porque os trabalhadores estão adoecendo, muitos sendo afastados, em meio à demora na emissão de CAT, que persiste nessa gestão.

Não é pouco problema nas costas cansadas da categoria. Por isso os trabalhadores dos CDDs Cantareira, Cidade Dutra e Vila Gustavo decretaram estado de greve e operação padrão. Se não houver rápidas negociações e anúncio de medidas, a luta irá para outros patamares, puxando a mobilização da Campanha Salarial, pelo atendimento das reivindicações da categoria.