Direção da ECT não negocia de verdade, nega reposição integral da inflação, ameaça e mente
Notícia publicada dia 03/08/2022 12:01
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Em publicação com distorções da verdade e ameaças, direção militar-bolsonarista da ECT reafirma postura antinegociação, usa reforma trabalhista para pressionar a categoria e aponta lei que nunca usou para negar atendimento das reivindicações da categoria. A resposta virá com luta!
Numa publicação direcionada a ludibriar a categoria, os representantes do bolsonarismo-militarista que se apossou a direção da ECT afirma que foram realizadas 8 reuniões de negociação da Campanha Salarial 2022.
Mas nelas não houve negociação. Os prepostos milico-bolsonaristas sequer analisaram a pauta de reivindicações da categoria, não deixaram os Sindicatos apresentá-la, se posicionarem e defende-la. Foi um teatro montado para agora dizer que houve negociação e não se chegou a um acordo. A desculpa que montaram para negar a reposição integral da inflação e dos direitos da categoria e judicializar as negociações.
Ameaças e invenções
Se aproveitar da reforma trabalhista feita por Temer e aprofundada por Bolsonaro, para dizer que vai suspender os benefícios previstos no Acordo Coletivo até que um novo seja assinado, é jogo sujo. Uma forma indigna e nojenta de ameaçar e pressionar, que deve ser repudiada pela categoria.
Assim como inventar que a lei proíbe reajuste acima da inflação e a “readaptação” de direitos aos Servidores e Empregados Públicos em ano eleitoral, bem como a volta do que foi roubado pela direção da empresa e o governo na pandemia.
Já foi diferente
Nos últimos dois Acordos Coletivos fechados em ano eleitoral, a empresa nunca citou essa lei. Em 2014, foi fechado o ACT com GIP de 200 reais, depois incorporada aos salários, aumento no vale cesta 19%, aumento de 23 para 26 tickets por mês representando 18%, além de ampliação do abono acompanhante, entre outras cláusulas. Já em 2018 foi assegurada a reposição da inflação (3,61%) e todas as conquistas históricas dos Ecetistas.
Portanto se vê que as alegações militar-bolsonaristas não passam de meias-verdades, de falsidades. Querem fechar mais um ano mostrando para o “mercado” que são bons para esfolar e roubar direitos e salários dos trabalhadores. Para fazer todos trabalharem em dobro ganhando menos na base da repressão e do chicote. Que são capazes de fazer o Brasil voltar décadas atrás em termos de relações de trabalho, criando algo como uma semiescravidão.
Tem dinheiro sobrando
Esse ano há muitos motivos para a categoria lutar para que as reivindicações sejam atendidas, os salários reajustados e aumentados e os direitos recuperados e melhorados.
O resultado financeiro de 2020 e 2021 são bem diferentes de 2014 e 2018. A empresa registrou lucro nos últimos anos, com recorde histórico no ano passado.
Em grande parte esse lucro veio da economia feita com a retirada de mais de 50 cláusulas do Acordo Coletivo, com os reajustes baixos e com a falta de contratação, que fez cada trabalhador fazer o serviço de dois, dobrando a produtividade.
Ou seja, o lucro veio do suor dos ecetistas e devido ao fechamento de unidades em todo o país. Do trabalho a mais e menos direto de cada um. E a direção da empresa tem a cara de pau de se recusar a discutir o retorno do que foi roubado, de dar um aumento decente e até de discutir e pagar a PLR, que está na lei.
Direção militar bolsonarista da ECT já se deu aumento
Também é falsa a afirmação da direção da empresa de que ela não se deu um auto-aumento. Essa desfaçatez é desmascarada pela Ata da 4ª reunião extraordinária do Conselho de Administração da ECT.
Ela diz claramente que a reunião foi feita exclusivamente para deliberar sobre o aumento de 9,91% para “Membros Estatutários dos Correios”, e foi assinada por Pelo próprio Floriano Peixoto, Presidente dos Correios, além de Flávia Duarte Nascimento, presidente substituta do Conselho de Administração e demais membros do conselho. Só um votou contra, o representante eleito pelos trabalhadores.
Antecipam porque já sabem que Bolsonaro vai ser escorraçado da presidência pela população do país e adiantam uma boa grana nos bolsos deles, uma vez que 9,91% num salário de mais de R$ 50 mil dá R$ 5 mil por mês, mais que o dobro do que ganha a maior parte da categoria.
Categoria mobilizada
As Assembleias em São Paulo e em todo país rejeitaram a proposta provocativa da direção da empresa e do governo. Não podia ser diferente. Ela foi feita para ser inaceitável.
A categoria exige a retomada das negociações e a manutenção do pagamento conforme o ACT anterior.
Exige que o governo Bolsonaro e a direção militar que ele pôs na ECT parem de agir de forma odiosa contra os ecetistas, que foram duramente atacados nos últimos anos, mesmo se destacando na Pandemia como essenciais para a população e a retomada da economia.
Os trabalhadores exigem negociação. Mas se a empresa manter seu jogo sujo, está organizada e mobilizada para ir à luta em todo país.
O SINTECT-SP chama todos a estarem junto com o Sindicato, unidos e preparados!