Deputados bolsonaristas continuam atacando os Correios no Congresso
Notícia publicada dia 31/08/2023 17:24
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► A extrema-direita foi derrotada no seu ataque privatista aos Correios no governo anterior e na eleição presidencial, mas fez grande bancada no Congresso Nacional e continua atacando essa empresa essencial para o país e para sua população.
► No momento os deputados e senadores desse grupo neoliberal e privatista atacam em duas frentes, tentando acabar com o monopólio postal e impedir a aprovação da preferência pelos Correios nas contratações de serviços postais e de logística pelos órgãos públicos.
► Essa situação liga o sinal de alerta para a categoria, mostrando que a luta que impediu a privatização dos Correios tem que continuar!
Extinção do monopólio de serviços postais
Tramita na Câmara o PL 7488/17, que dispõe sobre a extinção das atividades do monopólio de Serviços Postais, de autoria de um bolsonarista raiz, o dep. Eduardo Bolsonaro (PL/SP).
A relatora do PL na Comossão de Comunicação (CCOM), dep. Amália Barros (PL/MT), do mesmo partido do Bolsonaro, apresentou relatório favorável à matéria, na forma do substitutivo aprovado na Comissão de Desenvolvimento Econômico (CDE) em 2021 e ao apensado, PL 4110/19, de autoria da dep. Caroline de Toni (PL/SC).
Para a relatora, o texto não extingue ou modifica a natureza da ECT, mas simplesmente libera o exercício de suas atividades comerciais a outras empresas.
Ou seja, o texto e a relatora têm pensamento liberal, de que o mercado deve dominar e regular tudo de acordo com a vontade do dinheiro. São, portanto, contra tudo que é estatal e público, voltado a atender as necessidade do país e sua população.
O relatório aprovado em 2021 na primeira comissão, a CDE, de autoria do dep. Alexis Fonteyne (NOVO/SP), afirma que proposição abre a operação de todo o setor postal, incluindo telegrama, para pessoas jurídicas de direito privado, o que, segundo o relator, confere um espaço mais amplo à competição. Ainda, Alexis aponta que o texto complementa o PL 591/21, que prevê a privatização dos Correios, foi aprovado na Câmara mas parou no Senado por pressão da categoria.
Agora o relatório da deputada do PL será analisado e votado na CCOM e, em seguida, será encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJC), em caráter conclusivo.
Contratação dos Correios por órgãos públicos
O senador Izalci Lucas (PSDB/DF), apresentou emenda ao PL 2721/23 (nº na Câmara: 6385/16), aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado no dia 09/08.
A aprovação desse PL é uma grande vitória para a categoria. Ele confere preferência legal à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos na contratação direta de serviços postais não exclusivos pelos órgãos públicos federais da Administração Direta e as entidades da Administração Indireta Federal.
Sua aprovação final, em plenário, é determinante para o fortalecimento dos Correios enquanto empresa pública, voltada aos interesses e necessidades do país e da população.
Mas os neoliberais que querem destruir os serviços públicos e estatais atacam tudo que favorece o povo pobre e trabalhador.
Nesse sentido, a emenda do senador Izalci foi apresentada com o objetivo de delimitar os serviços que poderão ser contratados de forma direta pela Administração Pública Federal. O senador apontou que no texto a expressão “serviço postal não exclusivo” poderá possibilitar interpretações que venham a ampliar rol de serviços descritos no artigo 7º da Lei nº 6.538/78.
A relatora do PL, sen. Dorinha Seabra (UNIÃO/TO), entendeu que os objetivos apresentados na emenda já estão atendidos no substitutivo que foi aprovado na CCJ, assim, seu parecer é pela rejeição dele. Agora a emenda deverá ser analisada pela turma da CCJ.