DIA INTERNACIONAL DE COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER – 25 DE NOVEMBRO
Notícia publicada dia 25/11/2020 16:22
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Hoje, dia 25 de novembro, é comemorado o Dia Internacional de Luta Contra a Violência à Mulher. A data foi escolhida para homenagear as irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa), dominicanas que ficaram conhecidas como Las Mariposas e eram opositoras à ditadura de Rafael Leónidas Trujillo. Foram assassinadas em 25 de novembro de 1960.
Em 17 de dezembro de 1999, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou que 25 de novembro é o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher, em homenagem ao sacrifício de Las Mariposas.
O QUE É CONSIDERADO VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER?
De acordo com a ONU, ela está definida como todo ato de violência baseado no gênero que tem como resultado o dano físico, sexual, psicológico, incluindo ameaças, coerção e privação arbitrária da liberdade, seja na vida pública seja na vida privada.
Vale ressaltar que essa perspectiva de gênero para compreender a violência contra as mulheres é resultado de um longo processo de discussão, no qual se assume que a violência decorre de relações desiguais e hierárquicas de poder entre homens e mulheres na sociedade, não a doenças, problemas mentais, álcool/drogas ou características inatas às pessoas, mas de uma construção social.
VOCÊ SABE ONDE ESSE TIPO DE VIOLÊNCIA É CONSIDERADA CRIME?
Atualmente, em cerca de 125 países existem leis específicas de proteção à mulher, sendo que a legislação brasileira (Lei Maria da Penha) é considerada uma das mais avançadas do mundo, necessitando ainda de algumas melhorias.
COMO OS PROFISSIONAIS DA UBS PODEM IDENTIFICAR SINAIS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER?
As mulheres em situação de violência tendem a usar os serviços de saúde com maior frequência. Podemos imaginar, portanto, que uma parte considerável das pacientes (de um quarto a metade) pode sofrer ou ter sofrido violência física ou sexual pelo parceiro na vida. Apesar da alta magnitude, é raro a violência tornar-se visível.
Quando mulheres que estão sofrendo violência procuram os serviços de saúde, dificilmente revelam espontaneamente esta situação. Mesmo quando se pergunte, corre-se o risco de não ser revelado este sofrimento. Isto porque é bastante difícil a mulher falar sobre a violência, pois as suas experiências infelizmente revelam o descrédito e o não acolhimento diante dessa revelação.
Também devemos lembrar que a palavra violência pode não corresponder à experiência vivida por algumas mulheres, que não reconhecem os atos agressivos cometidos pelo parceiro como violência, mas sim como “ignorância”, “estupidez” e outros termos parecidos. Assim sendo, seja por dificuldades das mulheres, seja porque podem não confiar nos serviços de saúde, as mulheres geralmente não contam que vivem em situação de violência.
QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DA VIOLÊNCIA NA SAÚDE DA MULHER?
A violência contra as mulheres tem alta relevância na saúde, já que mulheres que vivem e/ou viveram essa situação têm mais queixas, distúrbios e patologias físicas e mentais e utilizam os serviços de saúde com maior frequência do que aquelas que não viveram esta experiência. Isso aumenta o risco de problemas de saúde no futuro.
A violência intrafamiliar contra a mulher por exemplo, traz graves consequências ao seu pleno desenvolvimento pessoal, a exemplo das doenças de ocorrência tardia, como hipertensão, colesterol elevado, artrite e problemas cardíacos.
Ou seja, para além das marcas da violência no corpo, essa violência a que são submetidas no dia a dia da relação com o companheiro revela um sofrimento moral que traz também implicações de ordem emocional e psicológica.
Entre as consequências psicológicas e comportamentais da violência alguns estudos relatam o uso de álcool e drogas, depressão, ansiedade, tabagismo, comportamentos suicidas e autoflagelo, distúrbios na alimentação e no sono, baixa autoestima, fobias e síndrome do pânico.
QUAL A PRINCIPAL QUEIXA DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA E COMO TRATAR?
Uma das maiores queixas é a dor crônica em qualquer parte do corpo ou mesmo sem localização precisa. É a dor que não tem nome ou lugar!
Nas UBS (Unidades Básicas de saúde), alguns profissionais de saúde têm muita dificuldade em lidar com violência doméstica por ser um problema complexo, não sendo passível ser abordado plenamente pelo viés da biomedicina, que preconiza tratamento médico-centrado, exames e extermínio de lesões e dores físicas.
O setor Saúde, por ser um dos espaços privilegiados para identificação das mulheres em situação de violência, tem papel fundamental na definição e articulação dos serviços e organizações que, direta ou indiretamente, atendem a estas situações. Ter uma listagem com endereços e telefones das instituições componentes da rede, para o conhecimento de todos os funcionários dos serviços permite que as mulheres tenham acesso sempre que necessário e possam conhecê-la independentemente de situações emergenciais.
LEMBRE-SE:
Escutar é tão importante quanto perguntar diretamente. Uma atitude de respeito, interesse, não-julgamento e a manutenção do sigilo são fundamentais. É necessário também respeitar o tempo da pessoa vítima de violência e dos profissionais de saúde) para revelar o problema e oferecer as devidas orientações.
ONDE DENUNCIAR?
A central de denúncia pelo telefone é no 180, as Delegacias da Mulher, da Criança e as dos idosos, Ministério Público, instituições como casas-abrigo, grupos de mulheres, creches, entre outros.
Que juntos enquanto sociedade possamos lutar todos juntos contra todo o tipo de violência contra a mulher.
Diga não à violência contra a mulher!!!
Fonte: Sintect-MA