Direção da ECT insiste em querer retirar direitos para cobrir suposto déficit
Notícia publicada dia 31/01/2018 11:40
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O presidente da empresa, Guilherme Campos, cercado de seus cargos de confiança, não teve pudor em dizer que a situação está melhorando graças ao aumento da produtividade, ou seja, da sobrecarga de trabalho, e não desistiu do falso discurso de que é preciso acabar com o convênio médico para equilibrar as contas da empresa.
A reunião era para discutir o convênio médico, mas virou mais uma repetição da conversa de sempre. O presidente a ECT teceu sua conhecida ladainha sobre o déficit financeiro, que sempre fala, mas nunca prova. Para reforçar seus argumentos, citou as conclusões de uma consultoria contratada por ele, que teria comprovado o que ele diz.
Dessa vez Guilherme Campos foi mais longe. Fez terrorismo e chantagem ao afirmar que se não melhorar o caixa da empresa, entre os meses de abril e agosto poderá faltar dinheiro para o pagamento de impostos, fornecedores e salários (menos o dele, claro).
E qual a solução mágica? Acabar com o que ele aponta como o grande vilão que desequilibra as contas, que é o nosso convênio médico, conquistado com muita luta para compensar minimamente os baixos salários pagos pelos Correios.
Ele apresentou a situação financeira da empresa como “em plena recuperação”, com um crescimento físico e financeiro de 13% em 2017. Seria o resultado da aplicação do seu plano organizacional, centrado na redução de despesas e aumento da produtividade.
Vamos traduzir: redução de despesas = corte de diretos e de empregos. Aumento da produtividades = fazer cada um trabalhar por 3.
Que tal falar em fechar os ralos por onde escoa o desperdício? Em acabar com a péssima gestão? Em eliminar gastos obscuros e suspeitos? Em reduzir os gastos com cargos de confiança e altos salários? Em rever os R$ 6 bi que o governo levou? Em rever a mudança de critérios contábeis que fez lucro virar prejuízo de uma hora para outra? Em investir em tecnologia, mão de obra e segurança? Simples assim, como costuma dizer o presidente da empresa.
Tirar direitos dos trabalhadores para cobrir supostos déficits financeiros virou moda no Brasil. É a mesma coisa na previdência. Temer diz, com ajuda da Globo e dos Silvio Santos, que sem a reforma o país quebra e não haverá dinheiro para pagar as aposentadorias, mesmo depois da CPI da Previdência ter mostrado que o déficit não existe. O mesmo se repete na Caixa, no Banco do Brasil, na Petrobrás, no serviço público, na Eletrobrás….
Nem original Guilherme Campos é. Ele usa a mesma tática do seu chefe temeroso. Mente para convencer o povo a entregar seus direitos sem reclamar.
Governo e seus paus mandados agem como se os trabalhadores fossem burros demais para enxergar o que está acontecendo no Brasil.
Não podemos entrar nessa conversa de que o custo com salários e direitos dos trabalhadores é o vilão que está quebrando o Brasil. Querem nos convencer disso para suprimir benefícios, conquistas e direitos adquiridos ao longo de anos de lutas e trabalho árduo para fazer dos Correios a empresa mais querida e respeitada do país e internacionalmente.
Nossa resposta é a luta e NEM UM DIREITO A MENOS!!!