Direção da ECT mente à imprensa sobre falta de trabalhadores
Notícia publicada dia 10/08/2017 16:18
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E justifica a mentira com dados do SD que todos nós que trabalhamos nos Correios sabemos que é manipulado para dar o resultado que ela quer!
O Jornal Agora publicou matéria sobre a falta de funcionários nos Correios de São Paulo, a distribuição alternada (DDA) implantada pela empresa e o conseqüente atraso nas entregas de encomendas (veja a matéria completa abaixo).
A matéria reflete a realidade mostrada pelo Sindicato e pelos trabalhadores. Mas a direção da ECT respondeu ao jornal que a entrega de correspondências está dentro da normalidade nos setores citados.
Disse ainda que “o efetivo previsto de acordo com o dimensionamento do Sistema de Distritamento é de 9.174 empregados, sendo que atualmente contamos com 9.324 empregados. Estamos em fase de reajuste no quadro das unidades de distribuição superavitárias, com o intuito de promover o equilíbrio necessário com as demais”.
Essa resposta mostra que a direção da empresa está querendo oficializar a situação atual com base em seu SD manipulado. Feito sob encomenda, ele sempre chega à conclusão de que os setores têm empregados sobrando, quando todos nós que estamos dentro dos Correios sabemos que é o contrário.
Além disso, quando se refere ao efetivo existente, a direção da empresa “esquece” de separar os trabalhadores que são reabilitados. Também não explicita quantos estão efetivamente estão na rua. Se fizesse isso, o número que aponta seria muito menor.
Por tudo isso os Diretores do Sindicato que representam os trabalhadores na comissão regional que discute o DDA, o OAI, o SD e a entrega matutina estão exigindo o fim OAI e do DDA em todas as unidades e a mudança de critérios para a realização de SDs com participação dos trabalhadores
VEJA A MATÉRIA PUBLICADA NO JORNAL AGORA
Falta de funcionários atrasa entrega de correspondência nos Correios em SP
DO “AGORA” – 09/08/2017
A falta de funcionários tem provocado atraso na entrega de cartas e encomendas dos Correios em São Paulo. Em alguns bairros, os carteiros têm passado somente duas vezes por semana.
Segundo o Sintect-SP (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo), faltam 3.000 carteiros na capital e sete em cada dez unidades de distribuição na cidade estão desfalcadas.
“A empresa não contrata funcionários concursados desde 2011, quando foi realizado o último concurso. Durante esse período, o serviço aumentou por causa das vendas na internet. Triplicou a quantidade de encomendas. E, mesmo com a internet, tem boleto bancário, fatura, propaganda sendo distribuídas pelos Correios”, afirma Douglas Melo, diretor do Sintect-SP.
Melo afirma que, apesar de novas modalidades de envio, a remessa de objetos simples (boletos, faturas, entre outros) ainda representa 40% do faturamento dos Correios. Quando o carteiro entra em férias ou precisa ser afastado em caso de licença médica, por exemplo, não há substituição ou ela é feita de maneira precária, deixando moradores por dias seguidos sem receber cartas. O diretor do sindicato afirma também que uma perda importante de renda dos Correios veio com o fim do E-Sedex, em junho.
ATRASOS NA ZONA LESTE
Funcionários dos Correios na zona leste de São Paulo afirmam que a unidade de distribuição na região de Artur Alvim tinha 36 carteiros fixos e mais cinco reservas. Atualmente, são apenas 26 para atender todos os bairros.
Assim, as correspondências passaram a ser entregues em dias intercalados. “Se começamos na segunda, então passamos depois na quarta e na sextafeira. Se passamos na terça, voltamos na quinta-feira, e daí a entrega só acontece dois dias por semana”, afirmou um carteiro. Segundo funcionários, esse foi o jeito encontrado para minimizar a falha na entrega.
Não é só na periferia que a falta de pessoal dos Correios tem prejudicado a população.
A unidade de distribuição da Vila Olímpia (zona oeste) chegou a ter 50 mil correspondências armazenadas à espera para entrega aos destinatários no início do mês, segundo o sindicato. Para os moradores, isso já é perceptível no dia a dia.
“Já aconteceu com a gente de chegar boleto atrasado, depois da data de vencimento. Propagandas, revistas, também têm chegado depois do que deveriam e a gente têm sentido falta desse tipo de material”, afirma a secretária Leni Silva, 42, que trabalha em uma escola na região.
Segundo Leni, a escola era atendida por um carteiro que passou por cirurgia e está afastado por problemas de saúde. A secretária diz que ele procurava ser pontual e era conhecido por todos. Ela afirma que a substituta é vista vez ou outra.
O aposentado João Batista Sousa, 67 anos, vive desde 1977 em Americanópolis, no distrito de Cidade Ademar (zona sul), e diz que nunca tinha visto atrasos tão grandes na entrega de correspondências dos Correios como tem ocorrido nos últimos tempos.
“A gente ficou cerca de um mês sem receber correspondência nenhuma por aqui. Fiz um ofício por meio da minha entidade. Falaram que iriam regularizar o serviço, mas até agora nada”, afirma Sousa, que também é líder comunitário.
Segundo o aposentado, os próprios funcionários dos Correios reconhecem a falta de pessoal e dificuldade nas entregas. “Aqui, o carteiro têm passado só às segundas-feiras e, às vezes, no fim da tarde da sexta”, diz. O aposentado conta que já ouviu reclamações de conhecidos sobre boletos que chegaram atrasados e, por isso, geram multas altas. “Uma conhecida tinha conta no valor de R$ 368 e passou para R$ 548 por causa do atraso”, afirma. Quando o boleto não é pago na data correta, a responsabilidade por multas e juros cabe ao próprio cidadão, não ao remetente ou aos Correios, mesmo que chegue com atraso.
OUTRO LADO
Questionados sobre a falta de funcionários e os problemas na entrega de correspondências em diversos pontos da capital, os Correios afirmaram que as questões “necessitam de avaliação da área responsável pela distribuição e, portanto, poderão ser respondidas apenas amanhã”.
Em nota, os Correios disseram que o cidadão deve procurar a empresa responsável pelo boleto e solicitar outra forma de pagamento antes do vencimento, para não pagar juros e multas, quando ocorre atraso. Sobre o fim do E-Sedex, os Correios informaram que o serviço tinha abrangência limitada a 250 cidades e que oferece agora opções como Sedex, PAC e Logística Reversa.