Diviza aborda o projeto de privatização em entrevista a VioMundo

Notícia publicada dia 06/07/2021 19:32

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Na campanha salarial, os Correios acabam de oferecer 0% de aumento salarial a seus funcionários, com adoção de banco de horas.

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba, Elias Cesário, o Diviza, não é por acaso.

Segundo Diviza, o objetivo da proposta é provocar a greve da categoria e o desgaste dos Correios junto à população, para facilitar a privatização.

Os Correios já tiveram 120 mil funcionários, mas hoje são 89 mil. A demolição da estatal é paulatina. Desde 2011 não são realizados concursos públicos para contratar novos trabalhadores.

Hoje a empresa está na mira do Centrão, para ser privatizada na sequência da Eletrobras.

Diviza acredita que o principal interessado nos Correios é um empresário aliado de Jair Bolsonaro, que poderia ficar com a empresa através de prepostos.

A decisão do governo Bolsonaro de privatizar os Correios é estranha, num momento em que as vendas pelo comércio eletrônico explodiram.

O aumento das encomendas enviadas pelos Correios está na casa dos 70%, segundo o sindicalista.

Ele lembra que, por causa de sua capilaridade, os Correios não são concorrentes das grandes empresas internacionais, como Federal Express ou DHL, mas parceiros em potencial.

Muitas vezes, segundo o sindicalista, as empresas concorrentes dos Correios utilizam a estatal, cobrando um sobrepreço do cliente, para fazer encomendas chegarem a cidades e estados mais distantes.

Além da demissão de funcionários, ele acredita que no caso de privatização quem ficar com os Correios vai priorizar os grandes mercados nacionais — São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Brasília.

Com isso, os brasileiros vão pagar mais caro para enviar correspondência ou encomendas a lugares mais remotos.

Para Diviza, a privatização está sendo conduzida por “bandidos”. Veja a entrevista (no topo), na qual o sindicalista identifica o possível futuro dono dos Correios.

Uma boa notícia para o sindicalista: na mais recente pesquisa CNT/MDA, 51% dos entrevistados se disseram contra a venda de estatais, com quase 28% apoiando.

Fonte: VioMundo

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