Epidemia avança nos setores e ECT só age quando é obrigada pela ação sindical
Notícia publicada dia 28/05/2020 09:23
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Enquanto a direção da empresa continua assistindo os trabalhadores serem contaminados, o Sindicato garante na justiça a implementação de medidas como afastamento dos trabalhadores, testagem e desinfecção dos setores!
A Brasilândia, na Zona Norte, é o bairro da cidade com maior número de casos de Covid 19, seguido de Sapopemba, na Leste, e do Grajaú, na Sul. Esse último chegou, nessa semana, à média de uma pessoa morta a cada 6 horas, num total de 149.
Com esses dados, se você fosse dirigente da empresa, tomaria providências especiais para proteger os ecetistas que atuam nesses bairros? Não só nesses, mas em toda a cidade, pois todos estão expostos, talvez fosse sua resposta. Mas a atitude da atual direção da ECT é muito diferente.
Ela continua tratando a doença como uma gripezinha, jogando a categoria na fogueira e só tomando as medidas recomendadas e necessárias quando é obrigada pelo Sindicato através da luta e da justiça.
Os CDDs Brasilândia e Jd. Paulista foram alvo de recentes decisões judiciais favoráveis de ações encampadas pelo Sindicato. Ambos tinham muitos trabalhadores diagnosticados com Covid 19 e continuavam a funcionar normalmente.
A justiça obrigou a ECT a afastar todos do trabalho presencial, passando-os para o trabalho remoto, até que seja feita a testagem de contaminação do vírus desses empregados, a desinfecção do ambiente laboral, além de cumprir as demais medidas de proteção contra o coronavírus.
Irresponsabilidade com a vida
Os moradores de favelas e bairros mais populares da cidade sofrem com a precariedade das moradias, com falta de água e saneamento e grande concentração de pessoas em ruas apertadas e casas muito próxima e pequenas.
Nesses bairros estão as pessoas mais pobres da cidade, a maioria dos desempregados, subempregados e informais, que precisam sair às ruas para garantir o alimento diário, além dos que estão empregados e continuam em trabalho presencial, indo e vindo no transporte público, como os ecetistas.
É óbvio que a contaminação vai crescer exponencialmente nesses bairros, e que os trabalhadores dos Correios, que atuam e moram em todos eles, sofrerão as piores consequências.
É estarrecedor o descaso da direção da empresa, a visão empresarial fria, a gestão focada unicamente no negócio e no lucro. Para ela não há seres humanos, vidas que importam, mas apenas números.
Enquanto a pandemia perdura, e com ela o afastamento social, a quarentena e as restrições de contato, o Sindicato continuará atuando com as ferramentas disponíveis para obrigar a direção da empresa a respeitar a saúde e a vida dos trabalhadores. A luta continua e muitas outras virão em breve!