Generais ganham entre R$ 43 e 260 mil para comandar desmonte das estatais
Notícia publicada dia 07/09/2021 11:33
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Num momento em que tanto se fala em golpe, artigo da Folha de São Paulo traz à tona algo que, se não é um golpe propriamente dito, revela uma faceta nefasta da política de Bolsonaro de destruição e privatização do patrimônio público, contra os interesses do país e da população!
O jornal Folha de São Paulo fez um levantamento criterioso e publicou sob o título “Militares que comandam estatais acumulam salários e ganham entre 43 e 260 mil“.
E não são poucos. Sem formação, conhecimento teórico ou prático para as funções a que são indicados, estão à frente de 1/3 das estatais e em milhares de outros cargos estratégicos na administração pública aplicando as diretrizes políticas definidas pelo governo.
Autuam na paralisia, sucateamento, desmonte e destruição dessas estatais, a mando de Bolsonaro e Paulo Guedes, que estão a serviço dos interesses do mercado, banqueiros e empresários que querem controlar setores e áreas em que estão essas estatais para ampliar suas frente de lucro.
Uma face do neoliberalismo que Bolsonaro se esforça em encaminhar, para agradar o empresariado que o sustenta no poder por ainda estar sendo beneficiado.
Ganhos acima do teto
Os valores que ganham estão acima do teto do funcionalismo público federal, que é R$ 39 mil, correspondente ao salário de um ministro do STF. A imposição do teto está na constituição. O valor não pode ser superado.
A forma como os salários são acumulados é, portanto, inconstitucional. Mas Bolsonaro conseguiu dar um golpe através de uma portaria do Ministro da Economia, Paulo Guedes. Ela possibilitou o acúmulo de remuneração por militares que ocupam cargo no governo, inclusive o próprio Bolsonaro e seu vice, Mourão.
As remunerações foram separadas e a regra do teto passou a ser aplicada individualmente, sobre cada uma das remunerações, mesmo sendo as duas relacionadas ao funcionalismo público federal e pagas pelo governo, ou seja, pelo cidadão brasileiro que paga impostos.
É assim que esses militares do Exército, Marinha e Aeronáutica, amigos de Bolsonaro dos tempos de quartel, acumulam as remunerações e controlam orçamentos bilionários, com grande espaço para superfaturamentos e outras formas de ampliar ainda mais esses ganhos estratosféricos.
Antes de tudo, esse “quem indica”, essa farra com o dinheiro público é um abuso com cheiro de corrupção. Dá argumento aos interessados defenderem a privatização, inclusive na imprensa. E aí começa o verdadeiro golpe, que é toda a armação para justificar a venda do patrimônio público, com sucateamento e desmontar das estatais.
Muito dinheiro e serviço sujo
O caso do presidente da Petrobrás é emblemático. Joaquim Silva e Luna foi indicado por Bolsonaro como um apagador de incêndio, o homem que resolveria o problema da disparada dos preços dos combustíveis.
Em vez de água, jogou gasolina na fogueira e os preços não pararam de crescer. A culpa é dele e da política do governo federal para os combustíveis, mas Bolsonaro tenta jogar no colo dos governadores, dizendo que o problema e o ICMS, imposto cobrado pelos estados.
Já o presidente dos Correios, Floriano Peixoto, General de Divisão de Reserva, recebe cumulativamente R$ R$ 77, 3 mil, sendo R$ 30,6 mil do exército e R$ 46,7 mil de salário dos Correios. E mesmo assim ele apresenta nota fiscal para pagar sobremesa de almoço.
O que ele entende de Correios, serviço postal, inovação no setor, logística, operações internas e externas? Qual o compromisso dele com a população brasileira, com o cumprimento da Constituição e o atendimento em todo o território, com a melhoria e ampliação dos serviços prestados?
Não importa, porque ele está na presidência dos Correios para comandar o sucateamento, desmontar e desacreditar a empresa e justificar a privatização que Bolsonaro tanto quer para agradar o mercado. E isso ele tem feito!
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