Greve é por PLR e melhores condições de trabalho

Notícia publicada dia 06/04/2013 16:12

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Foi o que aprovou a assembleia do dia 4 de abril, que também decretou estado de greve

A luta da categoria é pela negociação e pagamento da PLR 2012, que deve ser paga agora; por conclusão da negociação da PLR 2013, a ser paga em 2014 (a assembleia aprovou os itens em que houve consenso entre a FINDECT e a ECT e rejeitou o uso do GCR e a parcela estratégica, que a empresa quer impor); e por melhores condições de serviços em todas as unidades da ECT.

Assembleia de greve será no dia 02 de maio!

Acompanhe abaixo todos os detalhes sobre a questão:

PLR 2013:

Os Sindicatos Unificados, filiados à nova Federação da categoria, a FINDECT, estão negociando com a empresa desde dezembro de 2012. Por insistência dos Sindicatos foram realizadas 9 reuniões no período (veja as atas de todas as reuniões clicando neste link). A empresa demorou a apresentar sua proposta. Só o fez depois que a FINDECT entregou uma proposta baseada na PLR paga em 2011. A ECT também impôs prazo para as negociações terminarem, o que significou mais um elemento de pressão.

Ficou claro desde o início que a empresa não queria negociar nada. Usou diversas táticas para impor sua proposta, que entre outros itens continha:

-Parcela corporativa de 10% do total só para gerências estratégicas;
-Definição do valor com 30% corporativo e 70% individual;
-Uso da avaliação do GCR para definir o pagamento (com GCR não alinhado, não recebe – Tende a qualificação recebe 80% – Qualificado ou acima recebe 100%);
-Desconto de 50% da PLR em caso de 1 falta injustificada – 2 faltas ou mais, injustificadas, perde direito ao pagamento da PLR;
-Desconto de 50% da PLR em caso de 1 dia de suspensão – 2 ou mais dias de suspensão, perde direito à PLR.

A proposta dos Sindicatos da FINDECT continha:

-PLR linear, composta por 70% individual e 30% corporativo, sem parcela estratégica;
-Desconsideração do GCR ;
-1 a 5 faltas injustificadas, desconto proporcional de 1/365 para cada dia – 6 faltas , 40% do individual – 7 faltas, 30% do individual – 9 faltas, 10% do individual – 10 ou mais faltas , 0%;
-Até 10 dias de suspensão, desconto proporcional de 1/365 para cada dia – Acima de 10 dias de suspensão, 0%.

Alguns acordos:

Os insistentes protestos dos Sindicatos contra as imposições da ECT levaram a uma prorrogação das negociações. Em reunião ocorrida no dia 02 de abril, a empresa concordou com algumas das cláusulas apresentadas pela FINDECT, entre elas, as que se referem a suspensão disciplinar e falta injustificada.

As cláusulas consensuais foram:

3ª – Licença Maternidade/Adoção;

4ª – Demissão a Pedido;

5ª – Empregados Cedidos/Requisitados;

6ª – Liberação de Dirigentes Sindicais e delegados eleitos em assembleia para fóruns regionais ou nacionais;

7ª – Suspensão Disciplinar (1/365 até 10 dias, após não recebe);

8ª – Desligamento no período de experiência;

9ª – Desligamento por justa causa;

10ª – Falta injustificada (FI) (Critérios de 1/5, 6, 7, 8, 9 e 10 faltas);

11ª – Acidente de Trabalho;

12ª – Lei de Greve (Paralisação);

13ª – Licença Médica;

14ª – Modelo de Distribuição;

15ª – Indicadores de Resultados;

16ª – Indicadores Corporativos;

17ª – Vigência de Acordo de PLR/2013.

GCR é inaceitável

Porém a empresa quer impor o GCR como critério para pagamento da PLR. Para os Sindicatos é inaceitável. O GCR possui critérios subjetivos, que dependem do que os chefes acham. Além disso, chefes maldosos ou mal preparados o usam para pressionar os trabalhadores. Imagine o que fariam se os Sindicatos aceitarem que o recebimento da PLR dependa da avaliação do GCR. Por isso este item foi rejeitado pela categoria, e não será aceito!

Todos são estratégicos

Outro item rejeitado pela categoria é a parcela estratégica de 10% que a empresa inventou. Ela significa que 10% do total do valor a ser distribuído vai só para alguns chefes, gerentes ou diretores privilegiados. Eles seriam os estratégicos para a empresa. Os carteiros que enfrentam intempéries e bandidos para entregar as correspondências não são. Nem os motoristas, OTTs, atendentes e demais operacionais. Isso é ridículo. Todos são estratégicos para a empresa funcionar. Por isso esse item também é inaceitável.

Pela continuidade da negociação

Com o resultado das assembleias, os Sindicatos da FINDECT exigirão a continuidade da negociação desses dois itens com a empresa, com vistas a eliminá-los. Só assim haverá acordo. E se não houver a categoria vai à luta!

 PLR 2012:

Desde a primeira reunião em dezembro passado, os Sindicatos da FINDECT exigiram o pagamento da PLR 2012. Havia a compreensão de que não houvera acordo no começo daquele ano, e que isso dificultaria o pagamento, porque o DEST (Órgão de Controle das Estatais) exige o consenso entre as partes para autorizá-lo.

Os Sindicatos cobraram insistentemente a reabertura das negociações. Mas a ECT fugiu da conversa e afirmou que pagaria os valores. A pressão continuou, e graças a conhecimento político no DEST, os Sindicatos conseguiram realizar reunião com a diretoria do órgão, para denunciar a postura da ECT e esclarecer a situação. Também realizaram reuniões com o DIEESE.

Assim, ficaram sabendo que o DEST não autorizará que a PLR 2012 seja paga sem que haja um acordo. E descobriram que a empresa vinha escondendo com a verdade.

Graças à pressão exercida, os Sindicatos garantiram que a negociação da PLR 2012 seja retomada, e vão lutar para que fechá-la nos mesmos moldes da que está sendo negociada para 2013, sem o GCR e a parcela estratégica, é claro.

Por isso foi decretado estado de greve na assembleia do dia 04 de abril e marcada assembleia de greve para o dia 2 de maio. Se até lá as negociações da PLR 2012 não estiverem encerradas e o pagamento garantido, a categoria vai à greve!

É hora de ir à luta por uma PLR decente!

A categoria ecetista nunca fez uma greve pela PLR. Já passa da hora. A empresa vê a falta de luta como desinteresse. Para ela, a categoria não se mobiliza pela PLR. Por isso, todo ano ela enrola e impõe valores baixos e critérios que excluem milhares de companheiros do pagamento.

Só uma grande luta da categoria vai elevar o patamar mínimo da discussão da PLR. Ou seja, com uma grande greve é possível conquistar critérios aceitáveis, a linearidade, a abertura das contas da empresa, e todo ano começar a discussão já com isso definido, como ocorre em outras estatais, como a Petrobras.

É por isso que o SINTECT-SP convoca a mobilização de todos os companheiros. A PLR não é um valor mensal incorporado aos salários. Mas podemos garantir um bom valor a ser pago todo ano, criteriosamente. Vale a pena fazer esta luta!

Greve também é por melhores condições de trabalho

Os Correios estão sofrendo com o abandono da direção da empresa, tanto nacional quanto regional. Prova disso são os inúmeros problemas encontrados nas unidades de trabalho, como falta de funcionários, sobrecarga de trabalho, falta de segurança, falta de materiais básicos de trabalho, falta de limpeza, instalações precárias, entre outros.

Problemas como esses motivaram inúmeras paralisações de setores, verificadas desde dezembro de 2012. Os trabalhadores estão esgotados. Não aguentam mais o desleixo da direção da empresa (os “estratégicos”) e exigem melhorias.

Com resultado dessas paralisações, o Sindicato realizou negociações com a empresa, em mesas redondas, e acompanhou a fiscalização do Ministério do Trabalho em diversos setores.

Mas a Diretoria considera essas ações insuficientes. É preciso uma grande greve da categoria unificada para expor o problema de vez e exigir soluções concretas e duradouras. Por isso convoca todos os ecetistas para a mobilização e para a paralisação, que será decretada na assembleia do dia 02 de maio.

 SINTECT/SP – GESTÃO RESPONSABILIDADE E + CONQUISTAS
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