Há 50 anos, Martin Luther King era assassinado
Notícia publicada dia 04/04/2018 18:34
Tamanho da fonte:
Um dos maiores ativistas contra o racismo no mundo morreu aos 39 anos alvo de um francoatirador
Eram 6 horas da tarde quando o tiro foi disparado, ferindo mortalmente Martin Luther King, o pastor negro estadunidense que sonhava com uma sociedade racialmente igualitária à qual a minoria afrodescendente estaria plenamente integrada.
Nesse 4 de abril de 1968, um dos líderes mais importantes do movimento por direitos civis se encontrava na sacada do 2º andar do Lorraine Motel em Memphis, Tennessee. Ele estava na cidade para apoiar a greve dos trabalhadores em serviços sanitários e ia jantar quando um projétil o atingiu no queixo e rompeu sua medula espinhal.
King foi declarado morto logo depois de sua chegada a um hospital local. Aos 39 anos.
No dia anterior, King tinha feito seu último discurso, intitulado “Eu estive no topo da montanha”. Ele estava em Memphis para apoiar os lixeiros locais que estavam em greve há mais de duas semanas, reivindicando melhores salários e melhores condições de trabalho.
“Nós precisamos nos entregar a essa luta até o fim. Nada seria mais trágico do que parar neste momento em Memphis. Quando fizermos nossa marcha, vocês precisam estar nela. Se isso significa deixar o trabalho, se isso significa deixar a escola: estejam lá. Cuide de seu irmão. Você talvez não esteja em greve. Mas, ou ascendemos juntos ou caímos juntos”.
O líder da não-violência foi assassinado por um franco-atirador. Assim que a notícia se espalhou, a população saiu às ruas em várias cidades do país. A Guarda Nacional foi deslocada para Memphis e Washington.
Em 9 de abril, King foi enterrado em sua cidade natal, Atlanta, no estado de Geórgia. Dezenas de milhares de pessoas alinharam-se nas ruas para ver passar o ataúde colocado sobre uma simples carroça rural puxada por dois burros.
Nos meses que antecederam seu assassinato, Martin Luther estava crescentemente preocupado com a desigualdade econômica nos Estados Unidos. Ele organizou a Campanha do Povo Pobre para enfrentar a questão e convocou uma marcha inter-racial de pessoas pobres em Washington.
Durante os anos 1990, a esposa e os filhos de Martin Luther King especularam sobre o envolvimento de autoridades estadunidenses no assassinato. Nos últimos seis anos de vida, o apóstolo da não-violência esteve sob constante escuta telefônica e assédio por parte do FBI.
Antes de sua morte, King foi também monitorado pela inteligência militar, que foi chamada a vigiá-lo depois que ele denunciou publicamente a Guerra do Vietnã. Além do mais, por pregar por reformas econômicas radicais em 1968, inclusive uma renda anual mínimo para todos, criou inimigos em Washington.
Edição: Juca Guimarães
FONTE: Brasil de Fato