Por que o governo Temer interveio no Postalis? E justamente agora, que os trabalhadores elegeram representantes, as investigações sobre o rombo e o déficit que jogaram nas costas dos trabalhadores começaram a avançar e as contas estão mais equilibradas? E por que destituir os representantes eleitos pelos trabalhadores antes mesmo deles tomarem posse?

Parece mais uma confissão de culpa! Fica evidente que os que controlavam o Postalis, e agora estão no governo, intervieram para jogar a sujeira pra debaixo do tapete e se proteger.

O SINTECT-SP e a FINDECT são contra a intervenção, exigem a apuração e a responsabilização dos culpados pelo rombo, tanto os ex-dirigentes quanto os políticos que os indicaram e os bancos que comandaram as negociatas, como o BNY Mellon, bem como a devolução do dinheiro desviado e perdido.

NÃO ACEITAMOS QUE O PREJUÍZO SEJA JOGADO NAS COSTAS DOS TRABALHADORES, QUE NADA TEM A VER COM O ROMBO! Essa luta também continua!

Interventor rejeita propina???

O registro em ata de reunião do Conselho de Administração do Postalis, de oferta de propina pelo BNY Mellon para o interventor favorecer o banco, foi estranho e grave. Ele teria dito que advogados do banco ofereceram R$ 6 milhões para ele fechar um acordo com o BNY Mellon, processado pelo fundo por perdas bilionárias no passado, que estão na raiz do atual rombo.

Veja o trecho da ata que menciona a afirmação do interventor, publicado pelo jornal O Globo:

“(O interventor) menciona gravidade da situação enfrentada, citando inclusive ter recebido uma oferta de paga-mento de R$ 6 milhões, por parte de advogados representantes do fundo BNY Mellon, para aceitar proposta de fechamento de acordo com aquela instituição, no valor de R$ 1,2 bilhão, fato este comunicado de imediato a Previc”.”

Será mesmo que o interventor do governo Temer no Postalis é assim honesto e probo? O governo que ele representa tem um presidente que torrou bilhões para os deputados livram-no de uma investigação de corrupção – os donos da JBS filmaram a entrega de uma mala de dinheiro para um representante do presidente. Dezenas de deputados e senadores da base de apoio do governo estão sob investigação, assim como ministros de estado, acusa-dos de corrupção. Será que desse lamaçal saiu uma alma nobre?

Lembremos que o partido que está no governo tem grande interesse nas investigações sobre o rombo do Postalis, pois gente de suas fileiras participava do comando do fundo de pensão à época. E que a intervenção e a destituição dos representantes eleitos pelos trabalhadores antes da posse se deram após a ida dos que estão no final do mandato aos Estados Unidos, pedir apoio governamental para investigar e acionar o BNY Mellon. O pedido fez efeito e o processo contra o banco já está pronto. As investigações internas também estavam avançadas e os no-vos conselheiros a iriam aprofundar.

Tudo muito estranho, não? A acusação do interventor é grave e deve ser investigada. Mas por enquanto não há elementos para ter certezas. Fiquemos de olhos abertos, sem perder de vista os interesses que estão por trás dessa intervenção.