A luta precisa continuar e ser fortalecida para conter novos ataques
Notícia publicada dia 23/09/2020 16:28
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Parabéns aos guerreiros que lutaram corajosamente nessa greve, heróis dessa batalha inacabada que continua e precisa de ainda mais união e força para superar as dificuldades e conseguir reverter esse momento retrógrado, de ataques generalizados aos trabalhadores e suas conquistas históricas!
A FINDECT e Sindicatos filiados pedem serenidade nesse momento e informam que o departamento jurídico logo mais divulgará um parecer esclarecendo todas as dúvidas da categoria referente a decisão política e retrógrada do Tribunal Superior do Trabalho no julgamento do Dissídio de greve da categoria
A categoria ecetista já enfrentou batalhas duríssimas, mas nunca se viu num momento como o atual, um dos piores da história não só dos ecetistas, mas de toda a classe trabalhadora.
Nesse cenário, é decisivo que os trabalhadores entendam o que está acontecendo e a necessidade de se reorganizar e fortalecer a estrutura sindical para contra-atacar.
Reforma trabalhista na prática
O que se viu nessa Campanha começou com a reforma trabalhista do governo Temer. Ela destruiu mais de 100 itens da CLT, rebaixou e eliminou direitos nela contidos. Para evitar resistência, atacou a organização sindical dos trabalhadores e dificultou a sustentação dos sindicatos. Também bateu na justiça do trabalho, com medidas que levam ao esvaziamento de suas funções.
O atual governo de ultradireita, conservador e neoliberal está se aproveitando dessas mudanças e impondo os retrocessos que elas permitiram. A resistência dos trabalhadores foi insuficiente para evitar que essa reforma fosse aprovada, mas tem que ser forte o suficiente para resistir à sua aplicação. Caso contrário, não restará direitos aos trabalhadores, a não ser o salário rebaixado.
O que está acontecendo é o avanço de formas modernas de escravização e superexploração da mão de obra, em nome do aumento dos lucros dos patrões, suas empresas e corporações. O projeto montado para encaminhar isso atende pelo nome de neoliberalismo. E tem no ministro da economia um dos seus maiores defensores.
Reorganizar, resistir e lutar
A direção da ECT e o governo não vão se contentar com o que conseguiram impor agora. Vão tentar reduzir os direitos da categoria a zero e terceirizar tudo que for possível.
O projeto é a uberização da mão de obra. Ou seja, um paraíso para os exploradores com trabalhadores sem direito nenhum, a não ser o salarinho no final do mês.
Junto com isso vão encaminhar a privatização da parte rentável do mercado postal que interessa aos empresários, especialmente estrangeiros, uma vez que os nacionais se beneficiam com a estrutura estatal dos Correios e seus serviços mais baratos e eficientes que os da concorrência.
O presidente dos Correios não se envergonhou de entregar que sua intenção com a extinção de direitos era economizar R$ 800 milhões por ano. Nem de afirmar que quer reduzir os salários e benefícios porque é isso que traz a transformação do mercado.
Com isso ele diz claramente que defende e aplica a “modernidade neoliberal,”, que é a vontade dos patrões e das empresas para ampliar seus lucros às custas da miséria dos trabalhadores. Não está nem aí se as famílias vão passar fome.
Se governo e direção da empresa vão conseguir ou não, vai depender da resposta, da união e da reação da categoria ecetista e de toda a classe trabalhadora, pois o que se vê nos Correios é generalizado, atinge todos que dependem de vender sua força de trabalho para sobreviver.
Só a luta pode impedir esses ataques
No passado, a categoria ecetistas não tinha direitos. Até 1988, nem Sindicatos tinha. Com organização e luta foi conquistando melhorias. Agora a direção da empresa e o governo estão querendo retroceder, retirar tudo, acabar até com os Sindicatos.
É isso que significa ter um governo conservador, de extrema direta e neoliberal. O que se vê nos Correios é generalizado. É um projeto socioeconômico que está sendo implementado. Muitos trabalhadores não entenderam e ajudaram a elegê-lo. Alguns ainda não entendem.
Mas é preciso mudar de postura, unir e lutar para mudar a história que está sendo escrita.
Se os ecetistas e os trabalhadores em geral lutaram quando quase não tinham e conquistaram, por que não se unir e lutar agora para manter? O momento é outro. As dificuldades são enormes, como se viu nessa Campanha Salarial. Mas é possível.
A luta continua e tem que ficar mais unitária e forte!!!
É preciso que todos se mantenham firmes na luta, mobilizados e sindicalizados. E que o trabalho junto à população que se viu na greve, com diálogo, escuta e solidariedade, também prossiga.
Para isso os Delegados Sindicais terão grande relevância. Um dos cortes no acordo foi a quantidade de dirigentes que poderão se dedicar ao trabalho sindical. Com isso o trabalho de informação, formação e organização dos trabalhadores da categoria ficará comprometido, caso os Delegados não cubram o espaço.
Na atual conjuntura, caberá aos Sindicatos se preocupar em dar condições e preparar os Delegados Sindicais para essa atuação superior. É nesse sentido que a Diretoria atuará.
O que prevaleceu nesse dissídio coletivo e no julgamento foi a campanha do governo e da direção da empresa contra a organização sindical da categoria, uma tentativa covarde de destruir os Sindicatos para acabar de vez com toda forma de resistência dos trabalhadores aos seus ataques.
Com o Sindicato e com a luta ainda mais forte e organizada, é possível ampliar a resistência e recuperar o terreno perdido. A Diretoria da FINDECT e dos Sindicatos filiados não sairão da frente de batalha de cabeça baixa. Muito pelo contrário. O empenho será mais decidido que nunca, em busca de um nível superior de organização e luta. E contam com todos os companheiros nessa empreitada!