Má gestão nos Correios – Controladoria-Geral da União pede auditoria para apurar negligência das diretorias da ECT
Notícia publicada dia 07/11/2016 17:54
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Para a força tarefa da CGU, a Controladoria-Geral da União, a diretoria dos Correios cruzou os braços e cometeu erros que fizeram a situação financeira da empresa desandar.
Isso não é novidade nenhuma, pois o SINTECT-SP vem denunciando a má gestão das sucessivas diretorias da ECT há tempos. Era só constatar. E foi o que ocorreu quando a CGU investigou minimamente a situação, o que a levou a pedir uma auditoria final nas contas.
As principais conclusões da CGU foram:
-Os gastos com plano de saúde, após a criação do PostalSaúde em 2013, supostamente para economizar, aumentaram 44% de 2014 a 2015.
OBS: o Sindicato denunciou desde o começo a utilização do postal saúde como cabide de emprego, com indicações políticas e altíssimos salários; denunciou também o uso de imóveis alugados por valores exorbitantes, e os constantes problemas com o credenciamento de prestadores de serviços. Agora a empresa inventa que, para regularizar o plano de saúde, é preciso cobrar mensalidade e tirar pai e mão da lista de dependentes. NÃO VAMOS ENGOLIR ESSA DESCULPA NEM ACEITAR ESSE ATAQUE AOS DIREITOS DA CATEGORIA!
– A empresa gastou cerca de R$ 200 milhões com férias de funcionários. A pergunta é: como, se houve redução nos dispêndios com salário base, devido à redução no número de funcionários?
– As diretorias da ECT, e o Conselho de Administração junto, mantiveram os repasses ao Governo e até aumentaram o valor, ao mesmo tempo em que o lucro operacional caia. Isso não poderia ter ocorrido, pois os repasses a União não podem “comprometer a capacidade econômica da empresa no futuro”. Para a CGU, “os relatórios e notas técnicas emitidos pelo Conselho de Administração e Diretoria Executiva faziam vista grossa”. A CGU concluiu, também, que não houve “nenhuma determinação consistente” no sentido de reverter “o desequilíbrio dos resultados” nas deliberações do Conselho de Administração e Diretoria Executiva.
A culpa não é do trabalhador
O resultado de tudo isso é a crise que a direção da empresa alega para ameaçar direitos da categoria.
O trabalhador dos Correios já está perdendo muito devido à má gestão. Ele está perdendo a saúde física e mental, porque está trabalhando em dobro devido à falta de funcionários, e porque sofre violência nas ruas sem que a empresa tome providências. E vê a situação deteriorar a cada dia, porque a direção da empresa inventa medidas que só aumentam a pressão e a quantidade de trabalho, como os SDs manipulados, o DDA e OAI.
Os Correios vão tomar um empréstimo de R$ 750 milhões do Banco do Brasil. Isso é apenas parte do que tem de ser feito para recuperar a empresa dos estragos feitos pelas sucessivas irresponsáveis e incompetentes diretorias.
O governo tem de fazer os aportes necessários para regularizar a situação da empresa, do plano de saúde e do fundo de pensão, o Postalis.
Todos eles foram vítimas de um sistema de indicação política que deixa a empresa à mercê de gente que nada sabe de Correios, bem como da estrutura corrupta que domina o sistema estatal brasileiro, usado como elemento de troca de favores e apoios eleitorais e para composição de bancadas governistas.