SINTECT-SP lamenta a morte da médica Margarida Barreto, pioneira na denúncia da gravidade do assédio moral no trabalho
Notícia publicada dia 04/03/2022 13:59
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O SINTECT-SP lamenta profundamente o falecimento da médica, professora, pesquisadora e pioneira na denúncia da gravidade do assédio moral no trabalho, Margarida Maria Silveira Barreto, que ocorreu nesta quinta-feira (03/03)
Margarida será sempre conhecida no meio científico e sindical por seu pioneirismo nos estudos que identificaram e conceituaram o assédio moral no trabalho. Ela lutava há mais de um ano contra um câncer no estômago. Mas, imunodepressiva, acabou perdendo a energia para prosseguir o tratamento ao contrair o coronavírus no início deste ano. O que torna este 3 de março particularmente um dia de grande perda para a ciência brasileira.
Pioneira nos estudos sobre assédio moral e sexual no país, Margarida Barreto também trabalhou no SINTECT-SP ao lado do Dr. Drummond, estudando e pesquisando o tema do assédio, seja ele moral ou sexual, em especial o sofrido pelas mulheres e desenvolvendo um trabalho de acompanhamento e combate ao assédio moral e sexual na categoria ecetista.
O médico do trabalho do SINTECT-SP, Dr Drummond, lembrou que ela sempre costumava dizer que “por trás do assédio há uma cultura organizacional”.
“Ela via o assédio moral como uma forma de terrorismo, que desencadeia vários tipos de doenças”, disse Drummond.
Legado
O Presidente do SINTECT-SP, Elias Diviza, enaltece a contribuição de Margarida Barreto para a causa do movimento sindical. “Margarida além de pioneira nos estudos sobre assédio moral e sexual, deixa um importante legado de pesquisas nessa área. Neste sindicato, ela contribuiu e muito para o fortalecimento e combate ao assédio moral e sexual sofrido pela categoria ecetista”, afirmou Diviza.
Para o médico do SINTECT-SP, Dr. Drummond, “a esquerda brasileira, o movimento sindical classista e os pesquisadores comprometidos com a luta dos trabalhadores, pela dignidade e saúde do trabalho, perdeu ontem uma das suas expressões mais significativas, a incansável, destemida e, ao mesmo tempo, terna Margarida”.
“Digna representante do grupo de pesquisadores, que Gramsci denominou de intelectuais orgânicos do movimento operário e popular, tive o privilégio de sua convivência, como combatente na mesma trincheira e conviva com a sua vida pessoal”, lembrou Drummond.
Margarida Barreto dedicou sua vida à luta e combate ao assédio moral e sexual, não há outra atitude a tomar senão manter essa bandeira de pé e de continuar lutando!
Nossa solidariedade e mais profundos sentimentos aos amigos, colegas e familiares e nosso eterno agradecimento por sua incansável contribuição ao movimento sindical. Margarida presente!