Negociação das “questões sociais” começa sem efetividade
Notícia publicada dia 21/06/2018 15:31
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A empresa não apresentou propostas e frustrou a expectativa de uma negociação de alto nível nos itens sociais, que interessam muito à categoria – Mas não vamos engolir desvios, distrações e perda de tempo na Campanha Salarial!!!
O segundo dia de reunião da Campanha Salarial 2018, 20 de junho, não foi produtivo nem proveitoso. A primeira rodada de negociação sobre as cláusulas sociais, que deveria ter ocorrido nesse dia, patinou. E isso prejudicou e discussão das conquistas históricas da categoria ecetista que estão nessas cláusulas, como o convênio médico, que muito nos interessa e mobiliza.
Na verdade, a empresa não entrou no debate de nenhum assunto relativo ao Acordo Coletivo de Trabalho 2018. A discussão girou em torno do “projeto” de inclusão da ECT, que teoricamente combate o assédio moral e sexual, o racismo e outros preconceitos e discriminações na ECT.
Mas o “projeto” da empresa não inclui, na comissão avaliadora e definidora de ações, os trabalhadores e seus Sindicatos. Como esperar que um projeto nesse sentido dê certo se for composto só por funcionários administrativos e chefias, justamente os principais responsáveis por desvios de conduta?
Isso é ainda mais absurdo e preocupante porque o quadro de funcionários dos Correios é composto por cerca de 70% de negros e tem uma ampla representação feminina. Deixar a questão da inclusão a reboque de seus agentes é uma maneira de escondê-la e fortalecer o ambiente machista e discriminatório que gera distorções e injustiças.
Um exemplo da importância da participação dos trabalhadores e seus Sindicatos está na Comissão de Acidentes de Trânsito. Depois que a comissão paritária foi conquistada nas negociações da Campanha Salarial e instituída, a quantidade de trabalhadores que foram anistiados do custeio dos danos aos veículos cresceu exponencialmente. Só em São Paulo mais de 1.000 motoristas e motociclistas foram beneficiados. Alguns se livraram de dívidas altíssimas e praticamente impagáveis. Antes da comissão paritária, os trabalhadores arcavam com praticamente todos os custos dos acidentes.
O SINTECT-SP e a FINDECT cobraram fortemente a participação dos trabalhadores e dos Sindicatos na análise e definição de ações relacionadas à inclusão, exigindo que a questão seja resolvida nessas negociações, possivelmente com a constituição de comissões paritárias locais.
Exigimos seriedade e agilidade nas negociações
Já conhecemos a prática protelatória da direção da ECT. Enrola e deixa para apresentar seu pacote de maldades no último minuto, e quer resposta rápida.
Não vamos aceitar isso!!!
A FINDECT protocolou a pauta de reivindicações com bastante antecedência. Nela estão as propostas e reivindicações dos trabalhadores. A empresa já as conhece, teve tempo de analisá-las e trazer respostas e propostas.
Por isso o SINTECT-SP e a Federação cobraram a apresentação rápida de propostas, para a categoria ter tempo de refletir, se posicionar e decidir suas ações.
O presidente do nosso Sindicato e vice-presidente da FINDECT, Elias Brito (Diviza), enfatiza que, mesmo diante das dificuldades, os trabalhadores estarão firmes e unidos. “Estamos aqui em Brasília lutando na defesa dos direitos da categoria, de um reajuste salarial que eleve a dignidade dos trabalhadores e de uma empresa pública e de qualidade”, assegura Diviza.
É nesse caminho que vamos, com responsabilidade, seriedade, experiência e firmeza, rumo à vitória que tanto precisamos.
As negociações continuam hoje com o debate das Disposições Gerais.
Clique aqui e confira a 2ª Ata de Negociação Coletiva – 20/06/2018