Paralisação no CDD Grajaú no dia 11/02 exigiu melhores condições de trabalho
Notícia publicada dia 12/02/2015 16:02
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Com todo o descaso da DR/SPM, que até agora não apresentou nenhuma solução para os graves problemas, trabalhadores do CDD Grajaú se organizam junto ao Sindicato, e realizam a paralisação. O SINTECT/SP está ao lado dos companheiros do CDD desde que os problemas começaram, orientou pela realização desta paralisação de protesto de 24 horas seguida de operação padrão por tempo indeterminado.
O CDD parou 100%. São cerca de 70 trabalhadores que expressaram insatisfação e revolta contra os graves problemas que atingem o CDD por abandono e desleixo da ECT. Apenas o gestor e os dois SOs ficaram dentro da unidade.
Os trabalhadores entenderam a proposta e a orientação da Diretoria do Sindicato, de paralisar e protestar por 24 horas e continuar com a operação padrão por tempo indeterminado, enquanto segue a espera por providências da empresa. E foram à luta no dia 11 de fevereiro.
A Diretoria do Sindicato parabeniza todos os companheiros pela resistência e pela demonstração de disposição de luta e união
Os problemas que atingem o CDD São vários
Desde o final de 2014, quando as reclamações dos trabalhadores começaram, já ocorreram em torno de 80 assaltos a carteiros pedestres, ocasionando dobras intermináveis todos os dias, afastamentos e doenças causadas pelo trauma dos assaltos e ameaças sofridas.
Além deste problema gravíssimo, a unidade sofre com falta de estrutura operacional adequada para funcionar.
Há meses que a ECT não realiza uma limpeza no imóvel. O terreno virou uma floresta.
Os trabalhadores relatam a presença de muitos mosquitos dentro do CDD. Por isso os carteiros não conseguem trabalhar de bermuda, apesar do calor tremendo.
Também devido a esse problema apareceram muitas baratas, ratos, lagarto se até cobras…
A falta de bolsas também é um problema que precisa solução. Devido aos inúmeros assaltos, as bolsas foram furtadas e não repostas pela empresa.
Pra piorar ainda mais a situação dos trabalhadores, foi direcionada ao CDD uma quantidade de encomendas para os carteiros entregarem que o número de trabalhadores disponíveis não dão conta. Com isso os moradores estão indo na unidade retirar suas encomendas, causando filas enormes e reclamações.
Toda essa situação foi relatada à empresa, com a exigência de soluções. Mas nada foi feito. Por isso os trabalhadores resolveram realizar a paralisação de protesto e seguir com a operação padrão por tempo indeterminado.
Sindicato presente
A Diretoria do Sindicato está ao lado dos companheiros do CDD Grajaú desde que a situação ficou problemática. Os Diretores conversaram, orientaram, foram à imprensa e conseguiram divulgação, enviaram documentos à empresa, negociaram e exigiram soluções.
No dia do protesto vários deles estiveram ao lado dos companheiros do CDD Grajaú, como Diretores Fabrício, Júlio César, Douglas e Luizinho (Diretor de Base).
Todos eles falaram ao microfone para os carteiros do setor. O companheiro Douglas, que é o Diretor que acompanha mais de perto a situação, expressou a seguinte orientação antes da votação da luta:
“Desde o início de janeiro estamos nos reunindo constantemente com a empresa, cobrando uma ação imediata para os problemas dessa unidade e das demais em toda a zona sul, mas a ECT não cumpriu nenhuma promessa presente em ATA. Devido a isso, o Sindicato orienta pela greve de 24 hs, retornando ao trabalho no dia posterior, iniciando uma operação padrão por tempo indeterminado. E se necessário for iremos realizar outra greve agora por tempo indeterminado, até que a ECT apresente uma solução para os problemas da unidade. Esta paralisação serve de alerta para os Correios, pois em breve realizaremos uma Assembleia Regional e decretar greve em toda a zona sul.” – Douglas Melo, Diretor de Imprensa e Comunicação do Sintect/SP
O companheiro Luiz Ribeiro, mais conhecido como Luizinho, carteiro e Diretor Sindical de Base, descreveu ao microfone todos os problemas da unidade, destacando que:
“Somente com a conscientização dos trabalhadores, entendendo que os problemas atingem a todos e portanto deve haver união, é que conseguiremos conquistar melhorias nas condições de trabalho. Foi preciso pararmos de trabalhar para que a empresa entenda que queremos trabalhar, mas com condições dignas. Parabenizo e agradeço a todos os companheiros do setor por entenderem a importância dessa greve.” – Luizinho, Diretor de Base do Sintect/SP
Problemas atingem outras unidades
Os trabalhadores do CDD Grajaú paralisaram as atividades por 24 horas devido às péssimas condições de trabalho, segurança, saúde e higiene.
Vale ressaltar que muitos dos problemas atingem outras unidades, que estão sobrecarregadas com a transferência dos serviços (encomendas) prestados pelos CEEs.
A empresa não investe em contratação e segurança, os carteiros são afastados devido aos assaltos, os clientes insatisfeitos vão até os CEEs para retirar suas encomendas, e a ECT transfere o problema para os CDDs.
Não existe mágica, a solução é contratação (Concurso Público) e investimento em segurança.
O Sindicato presenciou, durante a paralisação, diversos clientes estacionando veículos, fazendo filas e reclamando muito do descaso da ECT, que não entrega ou entrega com muito atraso em muitos bairros da região.
Isso precisa ter um fim.
Sindicato denuncia e pede fiscalização
O Sindicato realizou, através do Conselho Participativo Municipal de São Paulo, junto com o Conselheiro Zito Pereira, denúncia e pedido de fiscalização à Subprefeitura do Capela do Socorro e à Vigilância Sanitária.
A solicitação pede que os órgãos fiscalizem a unidade para averiguar as condições de higiene, limpeza e saúde no setor de trabalho.
Foram denunciadas as condições do imóvel do CDD Grajaú, os problemas gerados pela enorme quantidade de insetos, inclusive o perigo de contaminação com o vírus da Dengue, e a reclamação dos moradores devido à falta de limpeza do terreno pelos Correios.