Paulo Guedes foge de sua própria política econômica e aplica o dinheiro dele no exterior

Notícia publicada dia 08/10/2021 14:10

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● Além disso toma decisões que beneficiam suas aplicações pessoais com rendimento extra, o que é inaceitável e incompatível com o cargo que ocupa, ao mesmo tempo que expõe o quanto o governo Bolsonaro é composto por aproveitadores!
● O Ministro se aproveitou do cargo para obter benefício pessoal e tem que ser demitido. Mas você acha que Bolsonaro e Arthur Lira farão isso?

O Ministro da Economia Paulo Guedes foi pego de calças curtas com as informações obtidas pelo projeto “Pandora Papers”, do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos), de que ele e o presidente do Banco Central possuem offshores em um país que é um paraíso fiscal, ou seja, não cobra impostos. No caso dele o país se chama Ilhas Virgens Britânicas.

Para se justificar saiu dizendo que isso não é ilegal. Então por que ele escondeu a informação?

É fato que existência da offshore, como é chamada esse tipo de conta em paraísos fiscais, não configura um crime pela lei brasileira. Mas tem limites. Um deles é a impossibilidade de alguém que tem uma assumir o ministério da economia. É inaceitável e ilegal.

R$ 14 milhões em 1 dia

Offshore não é uma empresa, porque não produz nada. É um tipo de aplicação num local que não paga impostos, para fugir dos impostos cobrados no país de origem, no caso o Brasil.

O tanto que esse dinheiro vai render depende das decisões que serão tomadas pelo Ministério da Economia e pelo Banco Central. Como o aumento dos juros e a desvalorização da moeda local frente ao dólar. Decisões que Guedes tomou mais de uma vez e fez sua fortuna aumentar várias vezes em reais.

Segundo a revelação do Pandora Papers, o ministro da Economia depositou 9,54 milhões de dólares (mais de 51,8 milhões de reais, na cotação atual) na conta da offshore, em uma agência do banco Crédit Suisse em Nova York. Cada vez que o dólar sobe, a grana dele aumenta em reais.

Numa das maiores desvalorizações do real frente ao dólar, ele aumentou sua fortuna em 14 milhões de reais de um dia par ao outro. E ainda negociou com a Câmara a provação de medida que isenta da cobrança de impostos o repatriamento do dinheiro. Assim é fácil fiar cada dia mais rico.
Por que tanta ganância?

Paulo Guedes tem 74 anos. Digamos que ele viva até os 100 anos. Com sua fortuna poderia gastar um milhão por dia e ainda sobraria dinheiro.

O que o leva à ganância de ficar cada dia mais rico se não tem nem como gastar o dinheiro? O que o leva a defender políticas que deixam os ricos como ele cada dia mais ricos, e os pobres mais pobres? Por que ele pode ganhar R$ 14 milhões em um dia e uma empregada doméstica não pode viajar de avião, como ele disse? Ou um filho de pedreiro não pode ir à faculdade, como ele também disse.

Demissão!

Ele foi convocado pela Câmara dos Deputados para prestar explicações sobre a conta bancária dele no paraíso fiscal. Parlamentares de oposição querem questionar o óbvio conflito de interesses na manutenção dessas operações enquanto Guedes ocupa o cargo responsável por gerir as políticas econômica e cambial do país.

Mas com o bolsonarista Arthur Lira na presidência da casa, pouco pode ser esperado em termos de esclarecimento e punição. Bem como do governo. Se houvesse decência, ela já teria sido demitido, mas no governo Bolsonaro ele é bem-vindo.

O fato é que a situação é antiética e inaceitável.

E mostra bem o caráter do governo Bolsonaro, composto por aproveitadores de todo tipo, incluindo o próprio presidente, que só age pensando em se beneficiar e tirar ele próprio e os filhos da cadeia. O ministro espertalhão e milionário merece a demissão sumária por também aproveitar o cargo em benefício próprio.

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