Pensamento escravocrata direciona reestruturação proposta pela direção dos Correios
Notícia publicada dia 23/06/2018 23:33
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O presidente da ECT anda dizendo à imprensa que vai fazer parceria com empresas de motoboy, por ser mais barato do que os motociclistas próprios. Com isso prega o aumento da exploração dos trabalhadores, e o limite disso é a escravidão. Também quer fechar agências e demitir mais trabalhadores, elevando a sobrecarga de trabalho e a pressão.
Segundo ele, um motoboy custa R$ 1.200 numa empresa de esquina. Para tanto, usa sua própria moto, arca com a manutenção e o combustível e se for assaltado ou se acidentar, problema dele.
Enquanto isso o motociclista dos Correios custa 3 mil dólares, mais de R$ 9 mil, afirma o presidente da empresa. Não dá pra competir, diz ele, que propõe demitir os motociclistas próprios pra contratar o motoboy da esquina.
O raciocínio é lógico, não? Alguns até concordam com ele. Mas você já parou para pensar na ideologia que está por trás disso? No projeto de economia e de sociedade que ele defende?
Já ouviu falar em uberização do mercado de trabalho? Trata-se de uma situação de completa desregulamentação, em que os trabalhadores não têm vínculo empregatício com as empresas, não têm direitos e são obrigados a comprar as suas ferramentas de trabalho. Como os motoristas da UBER.
É esse modelo que defende a direção temerosa dos Correios. E diz que é a única maneira de sobreviver no mercado. Na verdade, é uma maneira de lucrar mais arrancando o couro do trabalhador, colocando-o numa situação de semiescravidão.
Isso já vem sendo feito há algum tempo com a falta de concurso e contratação. Ela faz os ecetistas trabalharem por 2, porque a quantidade de serviço não para de crescer, enquanto a de funcionários diminui. Aonde vão chegar com isso? Quem sobreviver, verá!
E vão aumentando a terceirização, entregando o mercado postal e a ECT, ou partes dela, a empresários ávidos por lucro. Tudo para agradar o “mercado”, que nada mais é que as empresas e seus interesses.
Essa reestruturação encaminhada pela direção da ECT é parte de um projeto de privatização da economia encaminhada pelo governo atual. De entrega de todos os setores aos empresários, inclusive os estratégicos e de direito da população, como a comunicação postal, a educação e a saúde. Um jeito de dar acesso aos empresários ao dinheiro público, privatizando direitos.