No dia 16 de julho houve uma apresentação aos diretores do SINTECT/SP-FINDECT sobre as mudanças que estão sendo implantadas no plano de saúde dos trabalhadores dos Correios, o Correios Saúde, com a recente criação da Postal Saúde.

A exposição foi feita pelo diretor executivo da Postal Saúde, Sérgio Francisco da Silva, no CTP, e além da diretoria do Sindicato estavam presentes representantes do SINTECT/Santos, da ARACT (Associação dos Aposentados dos Correios de São Paulo) e da ADCAP.

Explicações

Por diversas vezes, o diretor executivo da Postal Saúde, Sérgio, que foi indicado pela ECT, afirmou que os trabalhadores e seus dependentes não teriam perdas, e que todos os benefícios referentes ao sistema atual de saúde seriam mantidos.

Ainda segundo ele, a transferência da gestão do atual plano de saúde dos Correios da área de recursos humanos da ECT para a Postal Saúde seria uma necessidade para atender as exigências legais da Agência Nacional de Saúde.

Levantou que esta mudança cria também condições para reduzir gastos com esses serviços prestados, que ele afirmou atingirem atualmente mais de 1 bilhão e 100 mil reais, mais de um quinto da folha de pagamento da ECT, para atender os cerca de 400 mil beneficiados, trabalhadores dos Correios e seus dependentes.

Além disso, o diretor da Postal Saúde afirmou que com o novo modelo de gestão, no futuro, outros trabalhadores – como os de subsidiárias ligadas à ECT que venham a ser criadas, poderiam vir a ser incluídos como beneficiários, assim como dependentes que hoje não podem ser incluídos (exemplos: filhos maiores de idade e pai e mãe com idades inferiores as estabelecidas hoje). Enfatizou, no entanto, que no caso de ser aplicada esta hipótese da inclusão de dependentes hoje não atendidos, seriam estabelecidas regras diferenciadas.

Questionamentos e críticas 

Após a exposição do diretor da Postal Saúde, os representantes sindicais fizeram uma série de questionamentos e duras críticas, destacando que há anos os trabalhadores buscam debater mudanças para melhorar o convênio médico dos Correios sem que a Empresa tenha dado qualquer atenção.

Mesa temática

A forma como foi criada a Postal saúde, às escondidas, sem debate com os trabalhadores, também foi alvo de críticas. Os sindicalistas ressaltaram que a cláusula 11 do Acórdão, que foi julgado no ano passado pelo TST, previa a criação de mesas temáticas entre empresa e sindicatos para debater quais mudanças deveriam ser feitas no atual plano de saúde, o que foi, como sempre, desrespeitado pela ECT.

Sucateamento?

Outro questionamento dos sindicalistas foi se a criação da Postal Saúde não seria um primeiro passo com a intenção de sucatear os serviços de saúde, com a ECT passando a responsabilidade destes serviços a terceiros. Obviamente o diretor da Postal Saúde respondeu que não, sem ser muito convincente. Perguntado se esse novo serviço de saúde seria vendido no mercado como vários que existem hoje, que visam o lucro, ele afirmou que não, que os únicos que poderiam ser beneficiados seriam os trabalhadores ligados de alguma forma aos Correios e seus dependentes.

Melhorar a Cláusula 11

Embora essa reunião não tenha sido suficiente para esclarecer como ficará de fato a assistência médica dos Correios, uma questão que ficou muito clara é que a manutenção e melhora da cláusula 11 do Acórdão do TST é fundamental para que não tenhamos retrocessos neste que é um dos poucos benefícios significativos que os trabalhadores dos Correios têm.

Luta por avanços

Nos próximos jornais, no site e redes sociais o SINTECT/SP disponibilizará mais informações sobre esse debate tão importante, que a FINDECT/Sindicato Unificados coloca como uma das bandeiras centrais em nossa Campanha Salarial 2013/2014.

A única certeza que ficou da reunião realizada é de que a luta em defesa da saúde e pelo avanço da assistência médica prestada pela ECT, principal responsável pelo número imenso de doenças causadas aos seus trabalhadores, é estratégica, e que só com a mobilização e unidade da categoria podemos forçar a Empresa a nos ouvir e respeitar.

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