Para o ecetista, privatização é demissão e precarização, para o povo, aumento de tarifas
Notícia publicada dia 31/08/2021 09:41
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Estabilidade de 18 meses e PDV são enganações. Se houver privatização, quem comprar os Correios vai se livrar dos atuais funcionários para precarizar e uberizar a mão de obra e acabar com plano médico e fundo de pensão e aumentar as tarifas para o povo! Fortaleça a luta junto com o Sindicato e a FINDECT
Não tenha dúvida quanto ao título desse texto. Não se engane sequer com os 18 meses de estabilidade depois da privatização nem com o período de adesão de 180 dias, indenização de 12 meses de salário e programa de requalificação para quem aderir ao PDV.
Essas pegadinhas estão no PL 591. Mas são para enganar. Para a categoria ficar menos revoltada e se acalmar. Para a população acreditar que o governo é humano, correto e bonzinho. E todos ficarem quietos e deixarem a privatização acontecer.
O mesmo ocorreu na privatização da Eletrobrás. As mesmas promessas estavam no texto da privatização aprovado pelos deputados e senadores. Mas quando foi para a sanção presidencial, Bolsonaro vetou e liberou as demissões. Era pegadinha. Como as que ele faz todos os dias com mentiras em suas lives.
Governo do capital
O governo Bolsonaro só tem compromisso com as empresas e os bancos que bancaram sua eleição e o sustentam no poder. Por isso quer privatizar a mais antiga estatal brasileira, lucrativa e prestadora de serviços essenciais para a população, para a organização econômica e social e para a segurança do país.
Empresários e banqueiros querem controlar o setor postal porque a entrega de encomendas cresce a jato em todo o mundo, junto com as vendas online. No Brasil o potencial é ainda maior, porque o processo está no começo. É um dos filões do momento para o capital lucrar. Eles não querem uma estatal em seus caminhos, prestando serviço social e concorrendo em qualidade e preços.
Lucro+demissão+precarização
Uma vez privatizado, os Correios como existem hoje vão desaparecer. A lógica do capital é se reproduzir. Para isso precisa lucrar sempre, cada vez mais. Por isso não haverá atendimento em local deficitário nem subsídio cruzado. O setor privado não faz serviços sociais, não beneficia a população, não ajuda ninguém, só a si próprio. A universalização que está no PL 591 é letra morta.
O que acontecerá com os ecetistas das milhares de cidades que ficarão sem atendimento? Haverá emprego para eles? É possível falar em estabilidade?
Nos grandes centros lucrativos haverá serviço e emprego. Mas aí entra a uberização. A mão de obra será como a da Uber, do Mercado Livre e dos aplicativos de entrega como iFood, Rappi e outros.
Neles não tem emprego formal. O trabalhador ganha por entrega e usa seu próprio veículo. Vira “empreendedor”, “empresário de si mesmo”, que são eufemismos para precarizado, sem vínculo empregatício, sem carteira assinada e sem direito trabalhista nenhum.
O Postalis e a Postal Saúde são dois motivos a mais para os empresários quererem se livrar rapidamente dos ecetistas. O fundo de pensão e convênio médico orgânico, próprio, só existe em estatal. É uma conquista histórica dos servidores. Empresa privada não banca isso nem nunca vai bancar. Empurra para o mercado. Plano médico, só os caríssimos planos privados e previdência complementar, só com os bancos.
Todos à luta
Entrar na luta tem motivação dupla para o ecetista. A sobrevivência e a consciência social. Lutar junto com o Sindicato e a Federação para barrar a privatização é defender o emprego e a existência de uma estatal que presta serviços essenciais ao país e sua população, que sem ela desaparecerão.
A luta está no Senado. Há condições objetivas de conseguir a derrota do PL 591. Os senadores estão mais resistentes aos projetos destrutivos do governo que os deputados. Já decidiram que o PL passará pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa. Poderá passar por outras e ter audiências públicas.
A FINDECT e o Sindicato estão atuando firmes em Brasília, dialogando, esclarecendo e pressionando os senadores. Também estão veiculando vídeos na Band TV, no intervalo do programa Brasil Urgente, de José Luis Datena, com mensagens de esclarecimento à população.
Entre nessa luta. Ligar nos gabinete, enviar e-mails, fazer contato pelo WhatsApp dos senadores do CAE e de todos os demais é uma ação coletiva, que precisa da participação de toda a categoria, de seus contatos, amigos, familiares e destinatários.
O site e a página do Facebook da campanha Correios Essencial para o Povo disponibilizam os contatos dos senadores – Veja e participe!