Reforma trabalhista é aprovada no Senado com retrocesso histórico nos direitos trabalhistas
Notícia publicada dia 11/07/2017 23:36
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O Senado aprovou na noite de 11 de julho o texto principal da reforma trabalhista. Foram 50 votos a favor, 26 contrários e uma abstenção (veja abaixo como votou cada Senador).
Os apoiadores do governo Temer e da retirada histórica de direitos da classe trabalhadora passaram o trator e rejeitaram todas as propostas de mudança (chamadas de emendas) apresentadas por parlamentares, por partidos ou blocos partidários (chamados de destaques).
Se alguma mudança fosse aprovada, a reforma precisaria voltar para a Câmara para ser analisada novamente. Como foi aprovada sem mudanças em relação ao que veio da Câmara dos Deputados, vai direto a sanção do presidente Michel Temer.
A sessão de votação ficou suspensa por mais de seis horas por causa de um protesto liderado por senadoras de oposição. Elas ocuparam a mesa da presidência do Senado e impediram por várias horas o início da votação.
Enquanto isso, do lado de fora do plenário a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) protestava e exigia a entrada para acompanhar a votação, o que fora impedido pelo presidente do Senado. O SINTECT/SP participou do protesto através de seu presidente Elias Diviza.
Mas não foi suficiente para impedir que os governistas aprovassem a reforma como queriam. Com isso, uma matéria com mais de 200 destaques e que altera mais de 200 dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), legislação que norteia a relação de trabalho no país, passa a ter poder de lei em tempo recorde.
O Projeto aprovado derruba várias súmulas do TST que continham interpretações favoráveis aos trabalhadores. Entre elas a Súmula 277, que previa a prorrogação indefinida do prazo de vigência dos acordos e Convenções Coletivas até que novos fossem celebrados.
Todos os pontos do projeto são danosos para os trabalhadores, mas há questões desumanas que precisam ser barradas, como a liberação do trabalho das mulheres grávidas em ambientes insalubres.
Outros pontos que devem ser objeto prioritário de combate são aqueles que enfraquecem o papel do Sindicato na representação e proteção das relações de trabalho, expondo o trabalhador aos interesses dos patrões. É o caso da negociação individual do contrato de trabalho, da eleição de representantes nas empresas para substituir o Sindicato e do contrato de trabalho intermitente.
Alem disso essa reforma:
– Revoga o princípio segundo o qual o trabalhador é o elo frágil na relação de emprego e por isso precisa ser protegido;
– Reduz a participação do Estado e do Sindicato nas relações de trabalho e reforça a negociação individual direta entre empresa e trabalhadores;
– Reduz o poder de representação e contratação coletiva dos Sindicatos;
– Autoriza o rebaixamento de direitos previstos em lei por meio da negociação (prevalência do negociado sobre o legislado);
– Amplia os contratos atípicos e precários e cria o trabalho intermitente;
– Cria dificuldades para o acesso dos trabalhadores à Justiça do Trabalho e limita seu poder;
– Protege as empresas, inclusive em caso de reclamações trabalhistas.
A luta continua pela derrubada do PLC 38 – Pressão total para ele ser vetado!
Participe junto com o SINTECT-SP!
Veja como votou cada senador (por partido):
DEM
Davi Alcolumbre (AP): Sim
José Agripino (RN): Sim
Ronaldo Caiado (GO): Sim
PCdoB
Vanessa Grazziotin (AM): Não
PDT
Ângela Portela (RR): Não
PMDB
Airton Sandoval (SP): Sim
Dário Berger (SC): Sim
Edison Lobão (MA): Sim
Eduardo Braga (AM): Não
Elmano Férrer (PI): Sim
Eunício Oliveira (CE): Não votou
Garibaldi Alves Filho (RN): Sim
Hélio José (DF): Ausente
Jader Barbalho (PA): Sim
João Alberto Souza (MA): Sim
José Maranhão (PB): Sim
Kátia Abreu (TO): Não
Marta Suplicy (SP): Sim
Raimundo Lira (PB): Sim
Renan Calheiros (AL): Não
Roberto Requião (PR): Não
Romero Jucá (RR): Sim
Rose de Freitas (ES): Sim
Simone Tebet (MS): Sim
Valdir Raupp (RO): Sim
Waldemir Moka (MS): Sim
Zeze Perrella (MG): Sim
PODE Alvaro Dias (PR): Não
Romário (RJ): Não
PP
Ana Amélia (RS): Sim
Benedito de Lira (AL): Sim
Ciro Nogueira (PI): Sim
Gladson Cameli (AC): Sim
Ivo Cassol (RO): Sim
Roberto Muniz (BA): Sim
Wilder Morais (GO): Sim
PPS
Cristovam Buarque (DF): Sim
PRB
Eduardo Lopes (RJ): Sim
PR
Cidinho Santos (MT): Sim
Magno Malta (ES): Sim
Vicentinho Alves (TO): Sim
Wellington Fagundes (MT): Sim
PSB
Antonio Carlos Valadares (SE): Não
Fernando Bezerra Coelho (PE): Sim
João Capiberibe (AP): Não
Lídice da Mata (BA): Não
Lúcia Vânia (GO): Abstenção
Roberto Rocha (MA): Sim
PSC Pedro Chaves (MS): Sim
PSDB
Aécio Neves (MG): Sim
Antonio Anastasia (MG): Sim
Ataídes Oliveira (TO): Sim
Cássio Cunha Lima (PB): Sim
Dalirio Beber (SC): Sim
Eduardo Amorim (SE): Não
Flexa Ribeiro (PA): Sim
José Serra (SP): Sim
Paulo Bauer (SC): Sim
Ricardo Ferraço (ES): Sim
Tasso Jereissati (CE): Sim
PSD José Medeiros (MT): Sim
Lasier Martins (RS): Sim
Omar Aziz (AM): Sim
Otto Alencar (BA): Não
Sérgio Petecão (AC): Sim
PTB
Armando Monteiro (PE): Sim
Telmário Mota (RR): Não
PTC Fernando Collor (AL): Não
PT
Fátima Bezerra (RN): Não
Gleisi Hoffmann (PR): Não
Humberto Costa (PE): Não
Jorge Viana (AC): Não
José Pimentel (CE): Não
Lindbergh Farias (RJ): Não
Paulo Paim (RS): Não
Paulo Rocha (PA): Não
Regina Sousa (PI): Não
REDE Randolfe Rodrigues (AP): Não
Sem Partido Reguffe (DF): Não