Salário da direção da empresa é reduzido pela metade
Notícia publicada dia 12/11/2015 15:38
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A redução foi a primeira medida do novo presidente da ECT (foto abaixo), e esperamos que venha acompanhada de mais diálogo, negociação de verdade das propostas e reivindicações da categoria, pagamento da PLR, preservação e melhoria do plano de saúde e fim do sucateamento da ECT!
Vagner Pinheiro caiu. Este foi um resultado tardio da vitória da categoria na Campanha Salarial deste ano, bem como das lutas dos anos anteriores e das seguidas denúncias da má gestão encaminhada pelo ex-presidente e seus propostos e paus mandados.
O novo presidente é o ex-deputado paraense Giovanni Queiroz, escolhido pelo PDT, partido que passou a controlar a empresa e o Ministério das Comunicações no lugar do PT.
Pinheiro presidiu os Correios desde 2011. Nesse período o que se viu foi a quantidade de trabalho aumentar e quantidade de trabalhadores diminuir, o que elevou a sobrecarga de serviço e os afastamentos por doenças profissionais. E o necessário concurso público só ficou na promessa.
Também se viu o aumento do número de assaltos em todo o país, sem que a empresa tomasse medidas concretas de proteção à segurança e à vida do trabalhador, nem elaborasse um plano de ação para combater o problema.
Nas Campanhas Salariais, o que se viu foram negociações fajutas e constante apelos ao TST, em busca de ajuda judicial para negar direitos aos trabalhadores. Além disso, as portas do gabinete da presidência e de seus principais diretores estiveram, na maior parte das vezes, fechadas para os trabalhadores e seus representantes.
Também se viu a tentativa insistente de retirar direitos históricos da categoria, como o plano de saúde, que na gestão Pinheiro foi para a mão do PostalSaúde e vai piorando de qualidade a cada dia.
E para piorar tudo veio o não pagamento da PLR de 2014, coisa que nunca tinha ocorrido antes, com a desculpa de que não há dinheiro para pagar esse direito já negociado e garantido dos trabalhadores.
O salário do Presidente dos Correios era de R$ 46 mil, e 40 mil para os demais diretores. Um absurdo! Como pode dirigentes da empresa ganharam mais que o Presidente da República? Agora vão ganhar no máximo a mesma coisa, que ainda é muito – R$ 27 mil.
Talvez esse salário altíssimo explique porque a maioria deles, que um dia foram do movimento sindical, deixaram de defender os direitos dos trabalhadores e passaram a aplicar táticas de gestão e políticas administrativas de próprias do capitalismo neoliberal, baseadas na diminuição do quadro de funcionários e no aumento da quantidade de trabalho e da produtividade por trabalhador. Tudo em busca de maiores lucros empresariais às custas do aumento da exploração dos trabalhadores.
O capitalismo neoliberal também preconiza a privatização de todos os ramos produtivos, como forma de aumentar as chances de lucro para os empresários. E isso vê-se que a gestão de Pinheiro também praticou, pois está claro que houve diminuição dos investimentos na empresa e medidas que visam a privatização, como a criação da CorreioPar.
As Diretorias do SINTECT/SP e da FINDECT já solicitaram abertura de negociações.
Queremos restabelecimento imediato do diálogo. A começar pela discussão da PLR 2014 que ainda não foi paga, e queremos receber ainda este ano. E da melhoria do plano de saúde, com o fim dos descredenciamentos. Queremos a melhoria das condições de trabalho na empresa, concurso público, contratação de funcionários, medidas contra os assaltos e salários dignos.
Que a nova diretoria esteja disposta a valorizar o ecetista, que carrega essa empresa nas costas e tem muita disposição de lutar por seus direitos. Do contrário, vai gerar paralisações todo ano, como fez a anterior.