Sindicato cobra explicação de gasto de presidente dos Correios
Notícia publicada dia 10/03/2021 15:55
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Entidade alega que despesa vai na contramão da redução de benefícios
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
10/03/2021 | 00:08
O Sintect-SP (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo, Região Metropolitana de São Paulo e Zona Postal de Sorocaba) questionou os Correios a respeito de despesas com almoço do presidente da estatal, general Floriano Peixoto. De acordo com a entidade, o executivo solicitou reembolso por duas refeições que totalizam R$ 531,80, ao mesmo tempo em que a categoria teve, no último acordo coletivo, a retirada de direitos como o vale-alimentação durante as férias. O valor também encolheu, de R$ 1.260 a R$ 1.104. Os dois almoços representam a metade do benefício mensal dos trabalhadores.
A entidade teve acesso às notas fiscais e ao pedido de ressarcimento. Os almoços foram realizados nos estabelecimentos Coco Bambu, em Brasília, e La Fiorentina, no Rio de Janeiro.
“Presidente dos Correios, general Floriano Peixoto, que ganha mais R$ 46 mil de salário, fora demais benefícios exclusivos, e pede reembolso de almoço de luxo. Enquanto isso, trabalhadores (carteiros, atendentes, operadores de triagem, motoristas e motociclistas) quando saem de férias, ficam sem vale-alimentação e com as férias reduzidas”, afirma o diretor do Sintect-SP Douglas Melo.
Melo explica que, antes do dissídio coletivo definido pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho) durante greve do ao passado, a categoria recebia 70% das férias e, hoje, 37%. “Muitos nem querem sair de férias, ou estão vendendo dez dias para tentar minimamente repor as perdas, porque sem o vale-alimentação não dá para fazer as compras de alimentos.”
Questionados, os Correios disseram que as despesas em questão ocorreram durante reuniões de serviço realizadas fora das dependências da empresa, em razão do encerramento dos contratos de serviços terceirizados de copeiragem e da inexistência de restaurante interno. “Para a realização de encontros como o questionado, portanto, recorre-se a estabelecimentos privados.”
A respeito da solicitação de ressarcimento, a estatal informou que cabe esclarecer que “tal pedido é legal e aplicável a todos os empregados da estatal, desde que atendidas as determinações previstas no manual corporativo”.
De acordo com a nota, “informamos, ainda, que o presidente dos Correios não tem direito aos benefícios de auxílio-alimentação e/ou refeição, e que as informações sobre os vencimentos do dirigente estão disponíveis no site da empresa”.
Fonte: Diário do Grande ABC