Sindicato defende prioridade para os ecetista na imunização contra a COVID
Notícia publicada dia 14/12/2020 09:39
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A direção do SINTECT-SP enviou ofícios ao Ministério da Saúde e ao Governo do Estado reivindicando prioridade na vacinação contra a COVID19 para os trabalhadores dos Correios. Há vários motivos que justificam essa defesa, todos ligados ao fato dos ecetistas não terem tido direito a isolamento e quarentena.
Considerados trabalhadores essenciais, os ecetistas continuaram trabalhando na pandemia sem os equipamentos e a atenção necessária, aglomerados em condições inadequadas e em contato diário com a população.
Nem os equipamentos de proteção e a atenção necessária da direção da empresa receberam. Pelo contrário, essas condições só foram garantidas a partir da ação política e jurídica do Sindicato contra a negligência de uma gestão empresarial irresponsável com a vida, direcionada a implantar a máxima exploração que dá base ao máximo lucro.
Reconhecimento, valorização e responsabilidade
Imunizar prioritariamente os ecetistas é reconhecer a essencialidade a eles atribuída e valorizar o trabalho dedicado que realizam em meio ao perigo da contaminação, à incerteza com a saúde e a vida, ao estresse físico e mental a que foram e continuam sendo submetidos.
É também ser responsável com a definição da categoria como essencial. Ela está submetida a péssimas condições de trabalho, sem conforto e segurança, aglomerada em setores que, em sua maioria, tem ambientação precária de espaço e ventilação, ou seja, são inadequados mesmo em condições normais. Além disso, está em contato diário com dezenas de pessoas.
São vetores potenciais de recepção e transmissão do vírus, devido a essas condições de trabalho. Por si só, isso já deveria justificar a prioridade.
Mas a questão vai muito além da proteção à vida do trabalhador dos Correios. Envolve suas famílias, as comunidades em que vivem e toda a população usuária dos serviços de entrega, que expandiram com o incremento das vendas online também impulsionadas pela pandemia.
Logística própria
Reivindicar que a categoria seja incluída como grupo prioritário na futura campanha de vacinação contra o coronavirus não implica em querer furar a fila. Muito pelo contrário. O Sindicato defende que no início dela estejam trabalhadores da saúde e a população idosa e portadora de comorbidades, a mais vulnerável às complicações da doença.
A defesa vai no sentido da criação de uma logística própria, com pequenas equipes percorrendo as unidades de trabalho e imunizando os trabalhadores.
A vacinação seria rapidamente feita e a categoria estaria ainda mais preparada para o trabalho essencial que realiza, sem a preocupação de se contaminar e reproduzir a doença internamente, nas comunidades e na população.
O Sindicato espera resposta breve, bom senso e responsabilidade das autoridades, para muito além das disputas políticas em torno da vacina que mostram o enorme distanciamento do poder público de seus representados.
Ofício – Ministério da Saúde do Brasil