SINTECT-SP convoca a categoria para a 14º Marcha da Consciência Negra
Notícia publicada dia 14/11/2017 09:24
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20 de novembro de 2017
Concentração a partir das 13h00.
MASP – Av. Paulista
Com atividades culturais e ato político
Saída da Marcha às 16h00
Contra o racismo e o genocídio! Por um projeto político de vida para o povo negro!
O Dia Nacional da Consciência Negra será comemorado em São Paulo com um ato político e uma marcha por várias ruas da cidade
Essa manifestação reúne o povo negro e todos não negros alinhados com a defesa da democracia, da igualdade e da justiça social. Expressa a denúncia do racismo, da discriminação e da intolerância que persistem na sociedade brasileira, em seus espaços sociais e privados.
“Ir às ruas no dia 20 de novembro mês da consciência negra, é marchar a favor da construção de uma sociedade mais justa e igualitária“, afirma Ricardo Adriane (Nego Peixe), Secretário da Questão Racial da FINDECT.
Nego Peixe e o companheiro Manoel Feitosa, Secretário da Questão Racial do SINTECT-SP, convidam todos os trabalhadores e trabalhadoras da categoria a participarem da marcha. Para eles, mais que nunca é preciso ir às ruas em defesa da tolerância, da democracia, da distribuição de renda, porque o país vive uma escalada inédita de violência ideológica, imposição de idéias conservadoras, retrocessos históricos em direitos democráticos, sociais e trabalhistas.
Por que a luta é de todos?
Porque a luta é pelo fim do racismo, do genocídio do povo negro, do feminicídio, do machismo, do etnocídio, da lgbtfobia, do racismo religioso, do encarceramento em massa e todas as formas de violência e violação dos direitos humanos.
É também para impedir a retirada de direitos do povo brasileiro, que anda a passos largos com o governo Temer e seus aliados no Congresso Nacional, encaminhando e aprovando tudo que as empresas e os empresários querem para aumentar seus lucros e aprofundar a desigualdade social e econômica no país.
O Extermínio da juventude negra tem que parar!
A violência policial age desenfreadamente e sem qualquer controle nas periferias e tem sua vítima predileta: jovens negros do sexo masculino. São cotidianas as incursões e abordagens da Polícia em que primeiro atira depois pergunta.
O extermínio não mata apenas pela bala da Polícia Militar, pelo encarceramento em massa fruto de uma política de drogas das classes dominantes feita para prender negros e pobres. Na cadeia há um número assustador de pessoas presas sem terem tido julgamento.
Enquanto isso não há política para fortalecer a educação e a inclusão no mercado de trabalho. Muito pelo contrário. As verbas da educação e demais áreas sociais só diminui.
Que país está sendo construído hoje para as futuras gerações?
Mulheres Negras resistem
Outro trágico fenômeno que atua nas estruturas de nossa sociedade provocando graves crimes é o machismo. Por conta dele, a agressão de todo tipo contra mulheres quase sempre é considerada um assunto particular de família ou de menos importância e, portanto, ignorado pela polícia, governos, Ministério Público.
Essa realidade encoraja agressores de toda a espécie, levando à banalização de casos como o feminicídio, que é o assassinato de mulheres motivado pelo fato das vítimas serem mulheres.
As mulheres negras estão na ponta das estatísticas: são as mais pobres, que têm os menores salários, que mais sofrem violência e injustiças.
Mas elas resistem e estarão nas ruas nesse 20 de novembro para mostrar o quanto são guerreiras e estão dispostas a mudar essa realidade brutalmente desigual.
Fora Alckmin! Fora Dória!
O holocausto racista é nacional, mas impulsionado com toda potência pelos governos de Geraldo Alckmin e Doria em São Paulo.
A violência direcionada contra a população negra não poderia ser promovida pela polícia sem a colaboração dos promotores de justiça e juízes.
No governo racista de Doria, uma de suas primeiras medidas foi a extinção da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, com a total supressão de políticas públicas para a população negra.
Na educação, uma revisão dos direitos à educação no município retirou o direito dos alunos a terem uma educação étnico racial, um ataque direto à população negra.
As leis de Desestatização também buscam um sucateamento da máquina e dos serviços públicos que fatalmente atingirão em sua maioria a população negra.
Por um projeto político para o povo negro
Numa sociedade desigual e opressora como a brasileira, é preciso um projeto político bem estruturado, que atinja todas as frentes de resistência, de forma a ampliar as políticas de reparação da desigualdade já existentes, como as cotas raciais nas universidades, e a criminalização do racismo.
Um outro projeto político no qual a vida digna para a população negra seja o centro de uma sociedade anti-racista, e que contemple estruturalmente as mulheres negras.
Um projeto como esse somente pode se arquitetar tendo por base um mundo que ponha na centralidade a humanidade das pessoas e seus direitos primordiais como real igualdade, saúde e educação dignas, uma economia justa e que não vise à acumulação de riqueza sem fim e sem sentido, e um meio ambiente equilibrado.
A mudança real parte do reconhecimento de que só a partir da interação dos elementos de raça, gênero e classe é que será possível a leitura da realidade brasileira e a consequente síntese para a atuação radical no enfrentamento às classes dominantes que tanto nos oprime.
O 20 de novembro é o dia de relembrar a nossa resistência! Pela liberdade definitiva imediata de Rafael Braga! Pela Liberdade de Tatiane! Ambas pessoas negras encarceradas injustamente por serem pobres e pretos! Por justiça à Luanda Barbosa, João Victor, Leandro de Souza, Ricardo Nascimento, e todas as vítimas de chacinas nas periferias! Pelo fim do racismo religioso! Pelo fim do machismo!
#VidasNegrasImportam #ConscienciaNegra