SINTECT-SP lamenta e repudia a brutalidade contra a vereadora Marielle Franco e o uso dos Correios pelo Ministro da Justiça!

Notícia publicada dia 17/03/2018 18:54

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O profundo pesar que espraiou pela população brasileira após o bárbaro assassinato da Vereadora Marielle Franco atingiu igualmente a Diretoria do SINTECT-SP e, certamente, toda a categoria.

Aturdidos e profundamente sensibilizados prestamos os mais sinceros sentimentos à família, amigos e ao povo humilde das comunidades da Maré por essa irreparável perda.
O crime bárbaro contra Marielle atinge a todos que almejam um país mais justo e menos desigual, a ampliação de direitos sociais e trabalhistas, e nesse momento em forte resistência para que eles não nos sejam tirados, uma vez que os trabalhadores estão sob ataque de forças conservadoras a serviço dos interesses do capital.
Marielle representava o que pode ter de melhor na política brasileira.
Uma mulher negra, mãe, pobre, lutadora, uma voz de resistência e combate às atrocidades sociais e humanas que são praticadas contra os mais humildes, despossuídos, marginalizados e esquecidos pelo estado nas favelas do Rio de Janeiro e nas periferias de todo o país.
Esse é o novo que todos buscamos.
Nele está a possibilidade do olhar social e humano na política, da justiça e da honestidade que só podem ter aqueles que não estão a serviço das forças econômicas e elites dominantes.


A voz de Marielle estará sempre presente como um grito de liberdade e justiça na garganta de todo povo humilde, de cada trabalhador, mulher, homem, jovem e criança negra e branca.

Ainda não se sabe quem matou Marielle.

O crime organizado, milícias, políticos, a polícia? Com seu trabalho em defesa dos excluídos, da justiça e da liberdade ela incomodava todos os poderosos interesses manifestos na intrincada rede de corrupção e brutalidade que tomou conta do Rio de Janeiro.
Como exemplo, no dia 28 de fevereiro ela foi nomeada como relatora para acompanhar a intervenção militar no Rio. Em 10 de março denunciou a truculência, o abuso de poder e ameaças feitas aos moradores da comunidade de Acari pelo 41º Batalhão de Polícia Militar.
Em meio às hipóteses, todos exigimos esclarecimento do ocorrido.
Mas já se sabe que as balas que a mataram vieram de um lote comprado pela Polícia Federal, mesmo lote do qual saíram as balas que mataram 19 pessoas na chacina de Osasco, em 2015.
Essa revelação mancha a imagem da Polícia Federal. Nela também tem roubo, desvio e corrupção como em praticamente todas as instituições brasileiras.

Por isso é digna de repúdio a afirmação do Ministro da Justiça, de que as balas teriam sido roubadas numa unidade dos Correios na Paraíba. Claramente ele quer livrar a cara da PF, jogando o roubo nas costas dos Correios, que já estão tendo a imagem massacrada pelo própria direção da empresa e pelo governo diariamente, com vistas à privatização.

Não interessa onde roubaram. Eram 2 milhões de balas e a segurança tinha de ser feita pela Polícia Federal desde a saída delas da fábrica. É o mínimo que se espera. Os correios entregam, não fazem segurança. O SINTECT-SP exige da direção dos Correios esclarecimento da afirmação do Ministro e dos fatos.

Diretoria do SINTECT-SP

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