SINTECT-SP chama a participação na Marcha da Consciência Negra e reforça a importância da luta unitária contra toda forma de opressão
Notícia publicada dia 19/11/2024 15:36
Tamanho da fonte:
A Marcha da Consciência Negra deste ano tem concentração em frente ao vão do Masp, na Av. Paulista a partir das 13h, com o tema “Palmares de pé, racismo no chão. Zumbi e Dandara vivem em nós!”
Este 20 de novembro será feriado nacional pela primeira vez, como resultado da promulgação de um decreto presidencial no final de 2023.
Unidade na luta sempre!
O SINTECT-SP participará da Marcha da Consciência Negra nesse 20 de novembro e convida todos os sócios do Sindicato e apoiarem e estarem juntos, com a convicção de que a manifestação fortalece a luta para pôr fim às consequências do longo período de trabalho escravo no país e às muitas ações e expressões de racismo, que persistem, e a conscientização sobre questões raciais.
Essa luta é parte determinante da resistência contra todas as formas de preconceito, discriminação e opressão que existem como uma das feridas abertas do sistema econômico e político que predomina e marca a sociedade brasileira.
Para os trabalhadores dos Correios, essa resistência e essa participação se inscrevem na trilha da luta por igualdade em todos os níveis na empresa e na sociedade sociedade.
A luta racial, assim como as dos demais grupos que constituem minorias, como as mulheres e o público identificado com a causa LGBTQIAPN+, quanto mais vivas e fortes forem, mais fortalecem a defesa das reivindicações gerais dos trabalhadores por melhores condições de vida, distribuição igualitária de renda, emprego, educação e saúde públicas de qualidade, e a resistência às privatizações, entre outras.
Estudo do DIEESE mostra que desigualdade racial e de rendimentos persiste no Brasil
Apesar dos avanços observados no mercado de trabalho nos últimos anos, essas melhorias não chegaram de forma uniforme para todos os grupos raciais que compõem o país.
Essa é a conclusão do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em boletim especial feito em virtude do Dia da Consciência Negra, celebrado no Brasil em 20 de novembro.
Nem mesmo a melhora do Índice da Condição de Trabalho (ICT-Dieese), que teve avanços significativos em 2022, 2023 e 2024, foi capaz de reduzir a desigualdade racial de renda no Brasil.
As estatísticas levantadas no documento mostram os principais desafios da população negra no mundo do trabalho e confirmam que a situação dos negros é pior do que a do restante da população, resquício do longo período de trabalho escravo que insiste em se manter presente na sociedade e que tem no mercado de trabalho um dos meios em que a discriminação racial e a desigualdade são mais evidentes.
Os dados levantados pelo DIEESE mostram, por exemplo, que:
• 57% da população brasileira se declara negra e esse grupo tem renda média 40% menor que o dos não negros;
► negros com ensino superior têm uma renda 32% menor que as de outros grupos de trabalhadores com o mesmo nível de ensino;
• negros ocupam 27% dos postos de trabalho nas dez profissões mais bem pagas;
• negros são 70% dos trabalhadores nas dez profissões com menores rendimentos;
• a taxa de desocupação dos negros é de 8% contra 5,5% dos não negros;
• um a cada 48 homens negros ocupados exerce cargos de liderança, enquanto entre os não negros esse número é de um a cada 18.
O estudo do Dieese não surpreende ao ratificar que ainda há muito a ser percorrido no Brasil em busca da igualdade racial e de rendimentos.
Confira abaixo o estudo completo.