SINTECT-SP exige solução urgente para o caos instalado na AC Florência de Abreu
Notícia publicada dia 18/11/2024 12:12
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Trabalhadores do setor convivem com relações anormais de trabalho e condições perigosas e adoecedoras, por culpa das imposições abusivas da chefia e dos problemas gerenciais e da falta de equipamentos gerados pela direção da empresa.
É escandaloso e inacreditável a situação a que uma chefia e a direção da uma empresa do porte dos Correios colocam seus trabalhadores em pleno século XXI. Em muitos setores as condições de trabalho são desumanas e o nível de exploração e de maus tratos beira a uma escravidão moderna.
A AC Florêncio de Abreu fornece um exemplo.
Os trabalhadores denunciaram e o Sindicato expôs essas denúncias mais de uma vez, inclusive com o envio de ofícios à empresa solicitando providências urgentes para melhorar as condições de trabalho na agência.
Nas denúncias e exigências de mudanças e melhorias constam questões que envolvem riscos de doenças e acidentes fatais, problemas de ergonomia que podem causa danos irreparáveis nos ossos, articulações e músculos, e desrespeito ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) vigente.
As principais são:
● Falta de Condições de Trabalho e Segurança: A agência opera fora dos padrões de segurança, com carga e descarga realizadas na rua, sem proteção adequada para os funcionários, em desrespeito ao bom senso, à dignidade do trabalhador, à cláusula 39 do ACT 2024/2025 e à NR17, que em sua norma de ergonomia exige condições adequadas para evitar problemas de saúde.
● Equipamentos precários e sem segurança: Os trabalhadores relatam a ausência de equipamentos que permitam realizar suas atividades com segurança e conforto, como empilhadeiras e plataformas para movimentação de cargas. Essa falta de estrutura torna o ambiente inseguro. O problema é semelhante ao que recentemente gerou a morte de um trabalhador em Santo André.
● Banco de Horas sem autorização no ACT: É fora da lei praticar banco de horas para atender demandas de carga e descarga além do expediente, como os trabalhadores denunciam que ocorre nessa AC. Segundo eles, os funcionários que precisam esperar veículos para transporte de cargas são forçados a permanecer na unidade após o horário de trabalho, acumulando horas que não estariam devidamente autorizadas no ACT.
● Cobrança Indevida para Aquisição de Uniformes: Outro abuso fora da lei é pressionar os trabalhadores a comprar calças que “imitem” o uniforme padrão e ainda repreender e perseguir quem não obedecer, como a chefia faz nessa AC, segundo relatam os trabalhadores. O ACT específica que é responsabilidade dos Correios fornecer todos os itens de uniforme e equipamento de segurança sem ônus ao trabalhador.
● Dificuldade de Liberação para Consultas Médicas: Os funcionários precisam entrar em uma lista para solicitar ida ao médico. Quem precisa de atendimento médico fora da lista sofre represálias, gerando um ambiente de assédio moral e descumprindo o direito ao cuidado com a saúde.
● Cobrança abusiva de metas e exposição em redes sociais: Além de uma carga de trabalho exaustiva, os trabalhadores estão sendo orientados a divulgar produtos dos Correios em suas redes sociais pessoais. A exigência vem acompanhada de metas consideradas inalcançáveis por falta de funcionários e infraestrutura, o que está gerando um aumento nas doenças físicas e mentais entre os trabalhadores.
O SINTECT-SP enviou ofício aos Correios exigindo providências urgentes para melhorar as condições de trabalho na agência AC Florêncio de Abreu, e a apresentação de justificativas para cada item, principalmente para aqueles que tiverem soluções negadas.