Os trabalhadores, em cada vez mais setores, estão sendo tratados como “empresários de si mesmo”. Mas de fato são trabalhadores jogados num nível muito maior de exploração da força de trabalho.

São vítimas do novo modo do capitalismo operar para ampliar os lucros empresariais, a reprodução e a ampliação do capital. Uberização, entrega por aplicativo e trabalho como pessoa jurídica (PJ) são parte do modo de operar do capital em sua fase neoliberal.

E por que os trabalhadores aceitam isso? O trabalho ideológico, de lavagem cerebral, é forte. Pela mídia e outros mecanismos, os controladores do sistema conseguem convencer muitos trabalhadores de que não ter patrão é bom, ser esse empresário de si mesmo é bom.

A ideia que vendem leva à prática neoliberal de individualismo extremo, em que cada um tem que se virar por conta própria para sobreviver. E leva o trabalhador a aceitar isso. Achar que é normal. Que a vida é assim mesmo. A virarem pelegos fura-greves.

A lavagem cerebral impregna a imagem de que a sociedade é um catado de indivíduos, e não uma comunidade de pessoas organizadas sob um pacto de convivência, de cuidado mútuo, em que todos têm o direito à dignidade e ao bem-estar, não apenas os ricos.

Nesse embalo, os poderosos e os governantes e políticos controlados pelo dinheiro deles vão privatizando tudo, acabando com a educação, a saúde e demais serviços públicos, destruindo a legislação trabalhista e a proteção legal do trabalhador na ação de vender sua força de trabalho.

Isso tem que mudar. E depende da organização sindical e política dos trabalhadores, que são maioria. ESTAMOS JUNTOS!