O falecimento do trabalhador Ednilson ferreira da Silva expõe a calamidade vivida no setor, abandonado e negligenciado pelas atitudes irresponsáveis, negacionistas e desumanas da gestão operacional da empresa, que nada fazem para conter a doença e proteger a vida e ainda pressionam e assediam o pessoal para trabalhar todos os feriados e realizar horas extras!

A falta de segurança aos funcionários e os inúmeros afastamentos por Covid levaram o CDD Capão Redondo, acompanhado de perto pelo Capela do Socorro, a ter os piores índices da GERAE 03 e de São Paulo.

O grande número de contaminados se deve ao abandono promovido pela gestão operacional da ECT num setor mal ventilado e sem a adoção de procedimentos adequados de higienização.

Além de não mover um dedo para garantir a justa e necessária vacinação antecipada da categoria, a direção da empresa na região, justifica sua incapacidade de gestão jogando a culpa para A ou B, se esquivando da responsabilidade e nada faz para conter a proliferação do vírus e melhoria nas condições de trabalho e segurança.

Com isso a categoria adoece, corre risco de morrer e sofrer com a verdadeira roleta russa de sequelas que estão aparecendo após o contágio pelo coronavírus, como trombose, problemas renais, psicológicos e outros.

Segundo levantamento do Sindicato, devido a inércia de gestão na zona Sul, a região está entre as que mais apresentam contaminados por Covid-19 e, a morte precoce do companheiro Denilson não são suficientes para sensibilizar dirigentes negacionistas que continuam tratando a Covid como uma gripezinha, uma doencinha que a pessoa pega, fica resfriadinha e depois passa.

Não satisfeitos com o sofrimento imposto, pressionam o pessoal para trabalhar nos domingos e em todos os feriados, inclusive no 1º de maio, o Dia do Trabalhador, em que os direitos trabalhistas são reafirmados, a exploração empresarial capitalista é contestada e denunciada e a justiça social, política e econômica é exigida.

A resposta que esses carrascos negacionistas têm para desatolar o setor é enfiar papeletas e ameaçar com punição aqueles que, cobertos de direito, seguem a orientação do SINTECT-SP e não atendem às convocações abusivas.

Chega!!! Isso tem que acabar. É hora de dar basta!!!

Não dá para continuar aceitando isso como se fosse normal. A direção da empresa e a gestão operacional da região não podem criar um regime de escravidão e terror em que expõem o trabalhador ao excesso de trabalho, ao adoecimento e à morte na base da pressão, do chicote da papeleta e da punição.

Que mundo é esse? Mais de 430 mil mortos por Covid e mais uma chacina hedionda no Rio de Janeiro, resultantes de ações dos governos, suas instituições e seus gestores, e eles continuam agindo impunemente, como nos Correios. Que tipo de anestesia aplicaram nesse povo sofrido?

O Sindicato está tomando todas as medidas políticas e jurídicas possíveis. Já abriu processos, mas no caso do CDD Capão Redondo ainda não houve o julgamento. Se a situação da negligência da Empresa continuar como está, o passo seguinte é aumentarmos a luta e a resistência da categoria, com ações sindicais diretas, inclusive com uma greve ambiental, contra a insanidade da Gestão Operacional!